quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Sede...

Há muito que o desejo tomava conta de mim...
Trocávamos mensagens, carinhos, afectos e a fome por algo mais, esbarrava quase sempre no meu receio de ser apenas sexo. Por mim seria apenas uma simples fusão de dois corpos, mas o respeito e a vontade de a preencher, fazia com que a desejasse e me entregasse com mais sentimento. Os convites mantinham-se de ambas as partes, mas queríamos tão somente passar uma noite de prazer sem qualquer compromisso, ainda que isso implicasse um romantismo e um erotismo de dois corpos que apenas se queriam amar.
O final de tarde desse dia foi vivido com intensidade, ambos separados pela distância, mas sempre com a pressa e a vontade de momentos posteriores. O tempo tardou a passar, tendo-a avisado da minha chegada e pedindo-lhe que mantivesse a casa a média luz. Entrei no pequeno apartamento e ouvindo a água do duche, aproximei-me da casa de banho sentindo o vapor da água quente e uma forte humidade no ar. Empurrei a porta, vendo-a completamente nua e com um aspecto tentador e deveras apetecível. Ambos sorrimos, começando-me a despir e querendo-a imediatamente na pequena banheira daquela divisão. Encostámo-nos, pele com pele, beijando-nos, tocando-nos e deixando que a água entre nós inundasse o calor dos nossos corpos. Ela saiu quase de imediato, sorrindo com atrevimento enquanto se enrolava no enorme toalhão e convidando-me para a seguir até ao quarto. Fechei a torneira e ainda completamente encharcado, corri atrás dela, querendo-a, desejando-a, quase sentindo-a...
Encontrei-a já metida na cama, piscando-me os olhos, lambendo os lábios e deixando-me inconformado... Puxei os lençóis e colei-me áquele corpo ainda molhado, quente e deliciosamente tentador... Não consegui nada mais do que deixá-la tomar a iniciativa, sentir-me consumido e quase devorado por uma mulher completamente perdida de desejo. Apertou-me, mordeu-me, arranhou-me cada recanto de pele como louca, provocando-me dor, mau estar, mas um intenso prazer... Senti-lhe a boca explorar cada pedacinho do meu corpo, brincando, mimando e fazendo-me sentir um homem tremendamente realizado. Tentei retribuir como pude, ainda que a sentisse mais interessada em se dar, do que esperar qualquer reacção da minha parte. Sentou-se em mim, cavalgando-me, puxando-me, provocando-me de uma forma histérica e não permitindo qualquer veleidade aos meus reais intentos. Apetecia-me mimá-la, acarinhá-la e fazer amor com imensa paixão, deixando-me levar para algo mais tranquilo do que louco, mas a sua forma de entrega não só me surpreendeu, como também não permitiu que tomasse qualquer iniciativa. Apertei-a durante o orgasmo, sentindo-a contrair-se e a apertar-me o sexo com imensa força... Rendi-me a uma forma dura e extremamente física de amar, ainda que sempre pensasse que o seu desejo seria o de me sentir sem qualquer pressa e de uma outra forma. Despedi-me com ternura, meiguice e completamente exausto...
No regresso a casa, interroguei-me várias vezes sobre o porquê das nossas posturas. Talvez porque por sempre a ter visto como uma pessoa tranquila e sossegada, tivesse pensado erradamente que os seus desejos pudessem ser sentidos da mesma forma... Já eu, bem mais desinibido e irracional, acabei por revelar uma estranha faceta de inibidade que me deixou pensativo ainda que muito realizado. Os dias que se seguiram, foram vividos no meio de uma imensa estupefacção e incredulidade da minha parte... Quero fazê-lo novamente, exactamente da mesma forma!

4 comentários:

Anónimo disse...

è uma delicia ler o que escreves!

Beijoca na boxexa

Anónimo disse...

Nunca nada é da mesma forma e ainda bem. Gosto dos contornos românticos que colocas à volta do sexto.
beijos

MIMO-TE disse...

Sorrio ternamente,

Escreves muito bem!
Com sensualidade, romântismo e leveza. Quanto ao texto não me surpreende em nenhum sentido, certo, certíssimo...:)

Mimos meus

luafeiticeira disse...

Se quiseres ler a versão masculina do Conto erótico, mas ao Contrário...
beijos femininos


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