segunda-feira, 10 de maio de 2010

Culpa...

Por diversas vezes, a atracção sexual surge-nos de uma forma directa, reactiva e associada a um desejo imediato por qualquer motivo, sendo que por outras, se desperta e se revela sem que nada tenhamos em mente ou façamos para que assim seja.
Confesso que ultimamente tenho oscilado entre estes dois estados, sentindo-me atraído por belas mulheres com quem diariamente me cruzo, do mesmo modo que dou por mim num estado de excitação extrema, sem que nada o justifique ou pareça justificar.
Recentemente estive a tomar café com uma colega de trabalho, sendo o tema de conversa, o estado das finanças públicas, a grave crise mundial e a inevitável consequência para todos.
Ambos somos casados, com uma relação estritamente profissional e sem que nada mais exista entre nós. Muito sinceramente, nunca nos teremos visto com outros olhos, apesar de nos conhecermos há cerca de 8 anos e mantermos uma óptima relação no emprego. Confesso que nos meus primeiros tempos nesta empresa, cheguei a fantasiar com algumas colegas, talvez movido pela curiosidade de como seriam na sua intimidade ou até que ponto viveriam a sua sexualidade. No entanto, nada passou disto mesmo e ao longo do tempo, poucos são os que expõem ou fazem questão de mostrar um pouco mais da sua vida pessoal.
Contudo e naquele café de final de tarde, a conversa fluia bastante bem e tornou-se agradável ao ponto de nos perdermos um pouco com o tempo. Nos dias seguintes, a rotina manteve-se e esta convivência parecia ajudar-nos a desabafar mais um pouco sobre os nossos problemas, nos desafios que nos esperavam e nas metas para o futuro.
Notava-se claramente que era uma mulher um pouco desgarrada da vida, tendo tido uma educação demasiadamente conservadora e casado por mera pressão familiar. Desde o início que sabia que o marido era igualmente contabilista, mas nunca com tanto pormenor como o que agora ela fazia questão de contar. Havia ali uma pontinha de infelicidade, uma notória sensação de acomodação a que infelizmente, também eu já conheço e com que diariamente me vou igualmente deparando.
Os dias foram passando e a amizade além de ir crescendo, foi dando lugar a uma maior empatia e cumplicidade.
Inevitavelmente, o que já se faria esperar, aconteceu...
Na passada 5ª feira e num dia bem maior que o esperado, ficámos retidos por mais umas horas a terminar um cálculo para um cliente. No meio do cansaço, acabei quase por me deitar na cadeira, aliviar o nó da gravata e abrir um dos botões da minha camisa. Ela a meu lado, sorriu, colocando-me a mão no braço e acarinhado-me com uma forma muito especial de me dizer "Não desesperes!".
Aproximou-se e beijou-me no rosto... Continuou a fazê-lo, carinhosamente, até me encontrar os lábios e beijá-los calorosamente. Puxou-me a camisa e colou as mãos na minha pele. Fê-lo com vontade, desejo e quase desespero. Apertou-me com força, incitando-me a que retribuisse, lhe tocasse e a fizesse sentir o que há muito parecia não viver. Tentei abstrair-me, conter-me, afastar-me... Não consegui!
O desejo apoderou-se de nós extremamente depressa. Peguei-lhe no rosto com as mãos, beijando-a sofregamente enquanto ela me despia. Empurrei-a para a secretária, fazendo-a deitar sobre a mesma e deixando-a completamente à minha mercê. Apalpei-lhe os seios, massajando-os de uma forma bruta, excitando-me cada vez mais. Ela gemia, implorando-me pelas expressões do rosto que a deixasse preenchida e a fizesse sentir-se mulher novamente. Levantei-lhe um pouco a saia, puxando-lhe a roupa interior e enterrando-me com vigor. Fodemos rapidamente, com força, loucura e sob a forma de inconsciência e de uma leviandade atroz.
Parámos por fim, aturdidos, receosos, estranhos. Vestimo-nos sem referir qualquer palavra, embora dela me tenha despedido com um suave e carinhoso beijo na testa.
Na 6ª feira cheguei atrasado, pedindo as minhas desculpas a todos com um comprometido "Bom-Dia". Fitei-a no rosto, vendo-a corada, ainda que tenha retribuido as minhas palavras de cumprimento. No final do dia, já não tivemos o nosso habitual café, tendo eu ficado o fim de semana a pensar no assunto. Meditei sobre o impacto que o sucedido poderá ter nas nossas relações, sejam elas profissionais, como também com os nossos conjuges. Creio que ambos continuamos a amar de coração as pessoas com quem escolhemos para viver, embora as necessidades físicas e a busca de algum carinho, conforto e bem-estar sejam cada vez mais usuais fora de um matrimónio. Infelizmente, é o reflexo de uma sociedade que não permite a que as pessoas se amem em toda a sua plenitude, usando escapes para saciar tudo aquilo que parece ser saciável por curtíssimos instantes.
O sentimento de culpa existe, a sensação de inocência também...

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