sábado, 30 de agosto de 2008

Erótica...

Não sabes o quanto o meu ser palpita por ti…
Vejo-te passar numa dança erótica de movimentos ondulantes, dispersos e perfeitamente alinhados de acordo com os meus instintos. Os meus olhos seguem-te, os meus dedos desejam-te, a minha pele por ti anseia…Vem, liberta-te dessa clara clandestinidade que te dá forma e segue o sentimento que de mim se exala e de mim de apodera. Sinto calor, sinto desejo, sinto loucura, sinto prazer… Apetece-me consumir-te até à exaustão, dando-te a provar o muito de homem que sou, fazendo de ti a mais bela extensão da mulher que desejas ser. Não te escondas, não me ignores, não me mates sem querer... Vem ter comigo, por uma noite, por um dia, por um momento, por algo a dois sem que nada pareça definitivo e permite-te apenas sentir. Quero-te amar como mereces, despir-te como se fosse a primeira vez, sorrir-te com a beleza do mais sincero beijo alguma vez entregue e tão somente, no meio do mais belo sentir, fazer amor contigo. Vistamos a pele de ambos, usemos os mesmos tecidos, troquemos os sentimentos de dois corpos que se consomem, se alimentam e se satisfazem sem qualquer pudor ou receio. Finalmente, mais do que sexo frio, duro e viril, quase nos permitimos a alcançar a imortalidade, a máxima fonte de duas pessoas que se amam, se completam e se entregam como dois afluentes das mais cristalinas águas que se fundem e se agitam numa só. Vem, aproxima-te dos meus lábios e num longo beijo, suga-me toda a essência que envergonhadamente em mim se esconde. Que bem me fazes sem saberes… Adormeço mais uma vez sem te ter a meu lado. Fecho os olhos num tenso suspiro e fantasio a tua presença comigo… O teu corpo nú, o teu sorriso sincero, o teu desejo a mim entregue… Amo-te demais para te esquecer.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Infidelidades...

A Rosa é uma velha amiga de infância. Crescemos no mesmo lugar, andámos nas mesmas escolas e apesar dela já estar perto dos quarenta e ter cerca de mais dez anos do que eu, sempre tivemos uma relação de grande proximidade. Está casada com o Miguel e têm uma filha em comum ainda de tenra idade. São bons amigos, gente simpática e divertida, mas desde há algum tempo que o casamento começa a dar os primeiros sinais de fraqueza. Contudo, o que aconteceu não deixa de me conturbar e fazer com que ande agora com um sentimento de culpa e de pensamentos difusos.
O Miguel saiu de casa há alguns meses e acabou por levar a filha com ele. Não sabia de nada até a Rosa me ter ligado e pedido para tomarmos um café, conversarmos e distrair-se um pouco, pois precisava de desabafar, sentir os amigos por perto e tentar perceber um pouco daquela nova realidade. Acedi de pronto e o encontro deu-se numa esplanada perto da sua casa. Ela conversou, chorou, pediu-me ajuda e apesar de saber da frieza e indiferença do marido, ainda acreditava que fosse possível ele reconsiderar. A desconfiança pela tomada de posição do Miguel, prendia-se pelo assédio de uma colega de trabalho e as dúvidas de que esses encontros aconteciam, já eram praticamente nulas.
Ainda com os olhos em lágrimas, pediu-me para subir com ela até ao apartamento. Queria conversar um pouco mais, não se sentir sozinha e a forma como estava vestida e pouco cuidada, diziam muito do seu estado de espírito. Entrámos no pequeno apartamento e recordei-me de imediato daquele salão enorme estar totalmente cheio de gente num dos aniversários da criança. Tudo agora parecia morto, despido e estranhamente silencioso. Sentámo-nos no chão como sempre foi hábito daquela casa, com as costas apoiadas no sofá e mantendo a televisão mesmo em frente a nós. A Rosa descalçou-se e pude vê-la finalmente melhor. Trazia apenas uma t-shirt branca, umas calças de jogging muito justas e um ar muito desarrumado. Encostou-se a mim, abraçou-me e quase como que pedindo um pouco de mimo, de afecto e de carinho, deixou-se ficar. Coloquei-lhe a mão pelos ombros e com um gesto de ternura e meiguice, aconcheguei-a um pouco. Subitamente e sem que nada o fizesse prever, senti-a erguer-se e olhando-me nos olhos, pediu-me com uma voz melosa e cheia de intenção: “Faz amor comigo. Preciso!”
Naquele instante, um turbilhão de sensações invadiu-me o corpo e a mente. Era uma mulher atraente, com um corpo de fazer inveja a tantas outras mulheres e estaria a mentir se não dissesse que muitas vezes me imaginei com ela na cama. Contudo e depois de a ver casada, os meus desejos e vontades refrearam bastante e comecei-a a vê-la tão somente como uma pura e simples amiga. Por isso, talvez aquele pedido tenha mexido tanto comigo. Se por um lado voltava o desejo, por outro, a razão aconselhava-me a não o fazer. Ainda era casada, estava num momento de fragilidade e jamais me poderia aproveitar disso. Todavia, aconteceu…
Depois daquelas palavras doces e afectuosas, a minha mente procurava afastá-la, demovê-la, mas o meu corpo encostado ao dela, dava os primeiros sinais de reagir ao pedido. Não tardou a que me tocasse mais intimamente, me percorresse as pernas com a suavidade das suas mãos, pelas coxas, pelo sexo, pelo peito, pelos meus lábios…
Procurou a minha boca e ainda antes que os nossos lábios se tocassem, sentiu-os com a língua enquanto me puxava pelo pescoço. Rendi-me, completamente excitado, quente e perdido. Ela sentiu isso mesmo e aumentando o ritmo do beijo, puxou-me as calças e tirou-me o sexo para fora. Tocou-o, apertando-o, mimando-o, acariciando-o…
Desceu finalmente e completamente obcecada por sexo, colocou-o todo na boca e mamou-o com força, energia e uma completa sofreguidão. Apoiada sobre os joelhos, deixou-me aquele belo cú completamente espetado e á minha mercê. Despia-a também e toquei-lhe no sexo húmido, doce e ávido de prazer. Virei-me um pouco e também eu não deixei de a querer provar, fazer sentir-se perdida comigo e dar-lhe um pouco da satisfação que há muito a fazia sentir-se carente. Levantou-se e deixando-me ainda sentado com as costas no sofá, enterrou-se no meu pau bem teso de uma só vez. Soube bem tê-la de costas para mim, senti-la contra o meu peito e poder beijá-la no pescoço, nas orelhas e deliciar-me com os seus movimentos. Despiu a t-shirt e o soutien enquanto fazíamos amor e pegando-me nas mãos, levou-as até aos seios onde deixou que os apertasse. Que tesão senti com aquela mulher…
Queria-a agora de forma diferente… Dei-lhe a entender que a queria de outra posição e levantando-me, sentei-a no sofá. Abri-lhe um pouco as pernas e quis que ela me puxasse o tronco para si. Voltámos a fazê-lo desta forma até nos virmos num orgasmo intenso e vibrante. Primeiro ela, completamente perdida pelos movimentos com que o fazíamos, depois eu, jorrando jactos quentes e fortes por aquele corpo de deusa diante de mim.
Quando parámos, mais uma vez senti o tecto a abater-se sobre a minha mente. Permaneci estático, calado e sem saber o que dizer. Pedi-lhe desculpa…
Ela, sem qualquer ponta de arrependimento, beijou-me na face, deu-me a mão e levou-me para o banho. No duche, conversou comigo, abraçou-me, libertou-me do muito peso que sentia e agradeceu. Despedimo-nos finalmente como dois bons amigos.
Soube dias mais tarde, que o Miguel tinha voltado para casa com a criança. Se por um lado me senti feliz e lisonjeado por eles, por outro, mantenho a culpa e o remorso de poder ter feito a Rosa trair o marido. Aos poucos, pareço já ficar liberto desta pressão.
É certo que realizei uma das fantasias que desde sempre existiram no meu viver, mas jamais poderia pensar que aconteceria desta forma e neste tempo.
No entanto, a grande dúvida mantém-se: será que a necessidade que ela manifestava seria realmente desabafar e sentir-se compreendida, ou teria tão somente o desejo e a vontade de ser tocada e amada de um modo mais físico? Por muito que me custe saber, existe ainda a possibilidade de ele me ter usado como vingança contra o marido. Não sei… Apenas sei que até hoje nunca mais falámos daquela tarde e apesar de tudo, julgo que continuaremos os mesmos amigos com que sempre fomos…

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Noctívagos...

Era tarde…
As noites de verão desde que acompanhadas por um luar apaixonante, sempre conseguem trazer algo mais do que o simples calor que se faz sentir. Inusitadamente, despertam-se vontades, manifestam-se sentidos, acordam-se desejos…
Ambos temos adormecido sem qualquer dificuldade e pela noite dentro, muitos têm sido os momentos em que acordamos para uma simples ingestão de líquidos, para um pequeno deambular pela casa e por uma tentativa de refrescar um pouco os corpos. Dormimos sem qualquer peça de vestuário e ainda assim, quase sentimos um leve queimar de pele com o simples toque dos lençóis no nosso corpo. Numa destas noites, tudo assim aconteceu…
Acordei a transpirar, com sede e ao mesmo tempo, algo enérgico. Bebi um chá frio, debrucei-me sobre o parapeito da janela do quarto e por ali me mantive sem qualquer pressa. Desfrutei da suave brisa que me parecia tocar e perante todo aquele silêncio e hora tardia, deixei-me ficar por algum tempo. Soube-me bem estar ali, a retemperar forças, a refrescar-me e a tentar que o sono me devolvesse mais algumas horas de descanso. Sem esperar e algo desprevenido, senti a presença dela da mesma forma, aproximando-se lentamente e abraçando-me com meiguice. A sua pele quase que queimava com a minha e ainda assim, gostei de sentir aquele gesto de carinho e afecto. Sorri, beijei-lhe o rosto… Virei-me um pouco mais e não resisti a um beijo mais apaixonado. Completamente nús e absorvidos por aquela temperatura nocturna, não tardou a que também incendiássemos os nossos corpos e nos deixássemos levar pelo desejo que entretanto se apoderara de nós…
Senti-me pressionado contra a janela e sem qualquer reacção, deixei-me levar pela vontade que dela se manifestava. Beijou-me, abraçou-me, tocou-me… Sentiu todas as formas do meu corpo com o suave toque das mãos, com a meiguice dos lábios, com o atrevimento da língua. Desceu, subiu, mimou-me… Fiquei completamente perdido, rendido e sem qualquer reacção para retribuir da mesma forma. Senti-me entregue!
Abraçou-me mais uma vez e procurando a minha boca, beijou-me intensamente. Agarrou-me o pescoço e subiu pelo meu corpo. Peguei-lhe pelas ancas, levantei-a e virando-a para a janela, deixei-a cair sobre o meu sexo… Fizemos amor!
O sossego daquele instante, o calor de todo o ambiente e a vontade de ambos, acabou por coincidir num tórrido momento de paixão, de amor, de afectos, sem qualquer pressa, sem algo propositado e sem qualquer fome de sexo. O cansaço natural depois de termos feito amor, apoderou-se de nós de um modo intenso e sem dúvida alguma, terá sido das melhores noites das nossas vidas.
Nem para tudo é necessário um bom motivo. Basta que a naturalidade e a espontaneidade dos momentos se revele e nos faça coincidir de acordo com os ambientes criados. Soube-nos maravilhosamente bem…

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