terça-feira, 29 de abril de 2008

Ritmos...

Vem…
Escolhe um disco que nos realce o erotismo, a sensualidade e o desejo. Quero muito experimentar uma dança quente, intimista, algo que nos faça colar os corpos e fazer deles um único fluxo de energia. De fundo, pareço ouvir algo semelhante a Piazzolla… Ao longe, vejo-te caminhar na minha direcção, de andar felino, quase cruzando as pernas e de cabeça baixa com olhares penetrantes. Adoro a roupa escura que te veste, que te molda o corpo pelo tecido justo que escolheste… Os saltos dos sapatos que calças, estrondam ruidosamente no pavimento… As meias rendadas que se colam nas tuas pernas e as vestem até ás coxas, deixam-me entregue e ansioso…Quero dançar contigo…
Abraço-te com força pela cintura, inclinando-te o corpo para a minha frente. Apoio-te com a mão bem aberta no centro das tuas costas, deixando que a impetuosidade dos teus seios se ofereça para mim. Puxo-te contra o meu peito e segurando-te a mão, iniciamos uma caminhada ao ritmo do som, ao ritmo de dois corpos que se estendem pela sala e deslizam suavemente pelos encantos e pela harmonia da nossa dança.
Rodamos, caminhamos lado a lado sem dizer uma palavra, olhando nos olhos um do outro e mantendo os lábios cerrados sem esboçar qualquer sorriso. Todo o ambiente parece soturno, sério e incompreensivelmente denso. Fazêmo-lo sem a noção do tempo, do espaço e continuamos o nosso percurso até sentirmos o cansaço físico a vencer o entusiasmo e o prazer. Deixamos que seja a última música a interromper-nos toda esta arte e forma de expressão… Exausto, deixo que a música continue, baixando um pouco o volume e sentindo apenas a continuação do ambiente por nós criado. Caio prostrado no imenso tapete persa que reveste o enorme soalho desta divisão. Olho para o alvo tecto por breves instantes, muito antes de te sentir também aninhada no chão da sala. Continuas linda, apesar do olhar cansado e algo pesado que o teu rosto denuncia. Olho, sorrio e expressando-me com um aceno de cabeça, agradeço o prazer que me deste. Vens até mim e num ímpeto, sacias-me a boca com um beijo húmido, quente e ainda revestido por uma respiração ofegante…
Abraças-me, puxas-me a camisa e abrindo-a botão a botão, descobres-me o peito num misto de ternura e rispidez. Mergulhas os lábios nos mamilos, beijando-os, lambendo-os, encharcando-os de saliva… Sinto-te a língua a contorná-los a descrevê-los em pequenos círculos e com suavidade, desces um pouco mais. Rendo-me aos teus intentos… Abres-me um pouco as calças, tirando-me o cinto e fazendo-as deslizar vagarosamente pelas minhas coxas e nádegas. Trincas-me com meiguice o sexo semi-erecto, apesar de ainda o ter revestido pelos boxers justos que me vestem e aconchegam. Vens para cima de mim, trepando e roçando na minha pele nua…
Abraço-te, aperto-te… Coloco-te a mão nas pernas, fazendo subir um pouco a saia que trazes vestida. Adoro as tuas meias, o teu pequeno pé completamente moldado a uns sapatos perfeitos… Como te desejo agora… Beijo-te frenéticamente…
Interrompes-me o beijo com pressa e descendo novamente sem qualquer espera, baixas-me a roupa interior e sugas-me o sexo de uma só vez. Gemo, deliro, suspiro de prazer… Adoro a forma como o fazes, como colocas a boca nele, como o lambes, o chupas, o trincas suavemente e te deixas envolver pelo meu entusiasmo. Seguro-te a cabeça... Quase me fazes vir…
Faço-te subir pelo meu corpo, puxando-te com ternura e abrindo-te a saia, aperto-te as nádegas, acariciando-as, tocando-as e mimando-as até ás coxas… Sinto as meias novamente e volto a insistir no meu toque. Puxo-te a camisola e despindo-te por completo, vou de encontro aos teus seios… Lambo-os, chupo-os, sinto-lhes os mamilos bem espetados… Apertas-me a cabeça de encontro a eles… Puta... Sabes bem o que queres…
Sentas-te no meu colo e levantando um pouco mais a saia, enterras-te nele. Apertas-me mais contra o teu peito e fodendo-me com força, suspiras, gemes, gritas com fervor… Trincas-me a orelha e suavemente segredas-me ao ouvido: “Fode-me, cabrão… Quero-te”… Sinto-me exausto, morto de cansaço…
Parece uma nova dança…Uma nova dança de corpos semi-despidos que se encaixam, que se realçam no ritmo a que se impõem, se deixam levar e conduzir pelo som de fundo, por pequenos passos de prazer e entusiasmo, pelo suave toque das mãos, pelo odor da pele, pelo sabor que as línguas buscam entre si, pelo fluir de dois corpos que entregues a si próprios, se deixam fundir num só… Parece impúdico… O que era sensual e harmonioso, parece dar lugar ao erótico e ao despretensioso…
Deixamo-nos entregues à vontade de ambos, sem regras, sem disciplina, sem moderação. Mais do que o prazer que o estilo musical nos dava, este parece completamente surreal, mais intenso, mais arrebatador, mais primitivo… Vivemos na loucura, na demência, na mais completa insanidade que o sexo nos permite alcançar. Vivemos agora uma outra emoção, mais vibrante, mais veemente, mais forte. Os sentidos comunicam entre si como que alucinados, descobrindo, invadindo, entregando e sentindo. Ambos fodemos sem vontade de parar…
Faço-te vir ainda encaixada em mim… Venho-me de seguida jorrando o sémen com jactos fortes de completa volúpia e loucura irracional. Agora sim, mais do que exaustos sentimo-nos preenchidos… Dançamos novamente?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sedento!

Sinto um mórbido desejo...
Há algum tempo que o meu corpo parece reagir à chegada de uma nova estação e com ele, o desejo cresce com o passar dos dias, com o atingir das noites e com a atracção visual de quem comigo se cruza. Torna-se primitivo, bruto, animalesco e estranhamente complexo este domimar ou reprimir as súbitas vontades de saciar os meus intentos... Reajo fisicamente com cada mulher que comigo interage e se por vezes me consigo controlar sem qualquer problema, noutras situações é-me praticamente impossível disfarçar ou quase conter...
Recordo com alguns laivos de malícia e uma espécie de saudade, uma situação ocorrida há uns anos com uma colega. Tudo parecia um dia normalíssimo de trabalho, não fosse o calor abrasador de uma tarde de Junho e um secreto desejo sexual da minha parte. Dialogávamos muito por força das nossas ocupações e o trabalho a dois e em equipa, era uma união necessária para alcançarmos os nossos objectivos. Num desses momentos e não conseguindo sequer entender o porquê, uma excitação primitiva e quase despropositada, levou de vencida um pensamento racional que precisava naquela altura, não conseguindo por isso, disfarçar uma erecção bem visível no meu baixo ventre. Corado e algo embaraçado, reparei que ela se apercebera da situação e bem mais calma que eu, sorriu e continuou com a tarefa que tínhamos em mãos. Senti-me estranho, nervoso e necessitava urgentemente de refrear os meus ímpetos ainda que não estivesse convicto de como o fazer. Pensei chegar à casa de banho, tocar-me, masturbar-me e tentar aliviar toda a tensão acumulada por aqueles momentos... Optei por me sentar calmamente, colocando a mão sobre o meu sexo e com o coração a palpitar, fiz por me descontrair e relaxar. Fi-lo por breves instantes, até sentir que a minha colega me começava a provocar do outro lado. Soltou o cabelo, abanando a cabeça com sensualidade... Mordiscou as astes dos óculos e de perna traçada, olhava para mim com um sorriso enigmático e assustador. A camisa que trazia vestida parecia colaborar com o ambiente e o botão que antes parecia estar apertado, mostrava-me agora um pouco daquele peito... Agitava as pernas com suavidade e ora cruzando, ora descruzando, tudo pareceu fazer para me deixar ainda mais louco. Não mais me consegui concentrar e até final daquela tarde, tudo me pareceu um verdadeiro suplício. De volta a casa, não parei de pensar num só instante naquela situação. Sentia-me completamente perdido e não sabendo ao certo qual o verdadeiro interesse daquela rapariga, tudo fiz para me reprimir.
Nos dias que se seguiram, a proximidade entre nós foi crescendo de um modo estranho, quase engolindo a relação laboral e transformando-a em algo mais... Nada aconteceu entre nós e apesar de agora trabalharmos em lugares diferentes, ambos sabemos porque motivo cresceu alguma empatia entre nós. Talvez eu tivesse sido demasiado forte, numa fraqueza que por vezes as mulheres conseguem aproveitar e os homens facilmente se deixam levar. Ainda assim, se o arrependimento matasse...

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