segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Voyeur...

Acordaste-me durante a noite numa estranha alquimia de pensamentos, sem qualquer comunicação palpável, mas com a força suficiente de me fazeres saltar da cama e ir para junto de ti. Hora tardia aquela, em que o frio parecia corroer tudo o que se movesse, lentamente matasse e em nada convidasse para algo. Ainda assim despertei com energia, pensando em ti, acorrendo ao que de lá distante me pedias e fui...
Vesti-me com pressa, com uma ansiedade tremenda, colhido pelo frio, pela excitação, pelo prazer e pelo desejo, apenas na certeza que me chamavas e me pedias que fosse para junto de ti. Peguei no meu carro voando na tua direcção, enfrentando o tempo que de tantas formas se manifestava e também ele me parecia dar uma força para prosseguir. Parei junto da tua casa, observando-te na minúscula janela do teu quarto, suavemente iluminada e acolhedoramente tentadora. Sentiste-me perto, sorrindo na minha direcção, quiçá feliz por me teres acordado e conseguido fazeres com que viesse e estivesse ali por ti. Aos poucos despiste-te, olhando-me, sorrindo, provocando... Parecias dançar, rodopiar e dando pequenos passos à medida que a roupa ia caindo, peça por peça, até ficares completamente nua...
Estavas bela, perfeita, tentadora... Mais do que sentir ou ver o teu corpo nú, foi fácil imaginá-lo na sombra que a pequena luz provocava, revelando uns seios magníficos, um tronco graciosamente definido, umas coxas e umas ancas deveras apetecíveis... Amei aqueles momentos, amando-te pedaço a pedaço, distante, paciente, escondido e minucioso na forma de olhar.
Despediste-te com um beijo na ponta dos dedos, soprando-o na minha direcção e de encontro a mim. O coração palpitou, cresceu e sentiu-o... Esperei mais um pouco, vendo um robe cobrir-te, a luz apagar-se e o sossegar das pequenas cortinas na janela da tua divisão. Sorri...
De regresso a casa, pensei em ir ter contigo, talvez desejando que pudesses descer de tão alto e vires ter comigo... Foi único, foi intenso, foi fantástico aquele tempo em que te observei, em que te senti e onde quase te toquei... Quase da mesma forma como me acordaste. Por dentro...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Noites...

Fim de ano...
Como sempre, estaremos juntos, discretos e numa harmonia perfeita. Recordo o ano transacto e sei que este ano também não será diferente. A mesa marcada para dois, o champagne no balde de gelo a convidar a um brinde e nós, sempre nós com 12 pequenas passas cheias de votos e sonhos, para cada mês do novo ano que se aproxima. Foi bom aquele jantar, a festa de quem nos circundava, a alegria e o riso de alguns excessos, o álcool que sem nos embrigar nos deixou mais soltos, mais bem dispostos e com mais motivos para celebrar...
Jantámos, dançámos, trocámos votos sinceros de tudo aquilo que desejávamos para este ano e por entre as doze badaladas, sentimos um beijo de amor e união mais forte do que nunca. Regressamos a casa bem tarde, cansados, exaustos mas cheios de vontade de continuarmos a celebrar e a darmos graças por mais um ano. Deitámo-nos em cima da cama, sorrindo, continuando com as brincadeiras, com a troca de mimos, de afectos, até que um beijo mais sério, teve o condão de nos acordar, de nos transportar para uma realidade diferente e acentuar o desejo que julgávamos por hoje, estar adormecido. Despimo-nos em simultâneo, sentindo as nossas peles tocarem-se, sem pressas, sem ritmos, mas com um súbito calor a apoderar-se de nós. Senti a tua boca, os teus lábios, a tua língua... Foi bom demais teres-me acordado dessa forma, tocando-lhe, lambendo-o, chupando-o e deixando-me rendido a ti... Peguei-te no rosto, quase implorando para não continuares... Apeteceu-me beijar-te, sentir a tua língua na minha, dançando, apertando-te e tendo-te só para mim. Puxei-te, convidando-te a deixares-te penetrar, sem pressas, sem ritmo, sentindo apenas... Fizemos amor de um modo diferente, parecendo apenas sexo mas ao mesmo tempo perfeitamente sentido, talvez pelo álcool, talvez por um estado ainda irreal provocado pelo clima dos festejos, talvez por... sermos assim.
Acabámos por adormecer, nús, ainda mais cansados mas plenamente realizados e felizes.
Acordámos já bem tarde e repletos de um carinho e de um afecto que a ambos transcendeu... Lembras-te? Que este ano possamos e consigamos viver tudo da mesma forma... Seria um excelente prenúncio para 2008. Feliz Ano Novo!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal...

Foi inesquecível aquele 24 de Dezembro...
O jantar de Natal à luz das velas, o som ambiente que nos envolvia e parecia aconchegar, o calor contagiante emanado por uma lareira onde o crepitar da lenha nos deliciava e tu, sempre tu com um sorriso tentador, apetecível, doce, meigo e carinhoso...
Criámos um romantismo perfeito, com a soberba sensação de equilíbrio para esta quadra e com o espírito natalício de duas crianças adultas que se amavam, se queriam e muito ternamente namoravam. Brindámos a nós, à paz, à felicidade, ao amor, à saúde e a todo o Mundo, num realismo transcendente e sem falsas hipocrisias de parte a parte. Vivemos momentos, partilhámos histórias, sorrimos em comunhão e mantivemo-nos deste modo por largos instantes. Abrimos presentes, sorrindo com as surpresas, trocando mimos e agradecendo mentalmente o carinho das pequenas lembranças oferecidas por quem não partilhava connosco aquele espaço. Sentei-me diante da lareira, puxando pequenas achas, compondo o fogo e deixando que o mesmo ardesse de uma forma mais viril e audaz... Gostei de te ver sentada a meu lado, bela, perfeita, com um pequeno barrete de Pai-Natal e a sentir o mesmo espírito que também brotava do meu interior. Sentimos amor, sentimos desejo, sentimos um impulso natural pelo ambiente contagiante que nos envolvia e deixámo-nos levar... Sorrisos, mimos, toques de ternura e afecto, beijos tímidos mas doces e um sem número de carícias contidas que tão lentamente quanto embaraçadamente, íamos deixando escapar. Despimo-nos, tocámo-nos, procurando sempre o bem estar do outro, sem pressas e com uma ligeireza perfeita, fruto talvez de uma paixão que há muito nos consumia e começava a corroer.
Fizemos amor como nunca, quase sôfregos na capacidade de amar, quase infâmes no poder do sentir, mantendo-nos assim, durante grande parte da noite, durante todo o nosso Natal...
A saudade não me mata ou destrói, mas deixa-me sempre um doce sabor daquele 24 de Dezembro que todos os anos me traz gratas recordações... UM FELIZ NATAL!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Sede...

Há muito que o desejo tomava conta de mim...
Trocávamos mensagens, carinhos, afectos e a fome por algo mais, esbarrava quase sempre no meu receio de ser apenas sexo. Por mim seria apenas uma simples fusão de dois corpos, mas o respeito e a vontade de a preencher, fazia com que a desejasse e me entregasse com mais sentimento. Os convites mantinham-se de ambas as partes, mas queríamos tão somente passar uma noite de prazer sem qualquer compromisso, ainda que isso implicasse um romantismo e um erotismo de dois corpos que apenas se queriam amar.
O final de tarde desse dia foi vivido com intensidade, ambos separados pela distância, mas sempre com a pressa e a vontade de momentos posteriores. O tempo tardou a passar, tendo-a avisado da minha chegada e pedindo-lhe que mantivesse a casa a média luz. Entrei no pequeno apartamento e ouvindo a água do duche, aproximei-me da casa de banho sentindo o vapor da água quente e uma forte humidade no ar. Empurrei a porta, vendo-a completamente nua e com um aspecto tentador e deveras apetecível. Ambos sorrimos, começando-me a despir e querendo-a imediatamente na pequena banheira daquela divisão. Encostámo-nos, pele com pele, beijando-nos, tocando-nos e deixando que a água entre nós inundasse o calor dos nossos corpos. Ela saiu quase de imediato, sorrindo com atrevimento enquanto se enrolava no enorme toalhão e convidando-me para a seguir até ao quarto. Fechei a torneira e ainda completamente encharcado, corri atrás dela, querendo-a, desejando-a, quase sentindo-a...
Encontrei-a já metida na cama, piscando-me os olhos, lambendo os lábios e deixando-me inconformado... Puxei os lençóis e colei-me áquele corpo ainda molhado, quente e deliciosamente tentador... Não consegui nada mais do que deixá-la tomar a iniciativa, sentir-me consumido e quase devorado por uma mulher completamente perdida de desejo. Apertou-me, mordeu-me, arranhou-me cada recanto de pele como louca, provocando-me dor, mau estar, mas um intenso prazer... Senti-lhe a boca explorar cada pedacinho do meu corpo, brincando, mimando e fazendo-me sentir um homem tremendamente realizado. Tentei retribuir como pude, ainda que a sentisse mais interessada em se dar, do que esperar qualquer reacção da minha parte. Sentou-se em mim, cavalgando-me, puxando-me, provocando-me de uma forma histérica e não permitindo qualquer veleidade aos meus reais intentos. Apetecia-me mimá-la, acarinhá-la e fazer amor com imensa paixão, deixando-me levar para algo mais tranquilo do que louco, mas a sua forma de entrega não só me surpreendeu, como também não permitiu que tomasse qualquer iniciativa. Apertei-a durante o orgasmo, sentindo-a contrair-se e a apertar-me o sexo com imensa força... Rendi-me a uma forma dura e extremamente física de amar, ainda que sempre pensasse que o seu desejo seria o de me sentir sem qualquer pressa e de uma outra forma. Despedi-me com ternura, meiguice e completamente exausto...
No regresso a casa, interroguei-me várias vezes sobre o porquê das nossas posturas. Talvez porque por sempre a ter visto como uma pessoa tranquila e sossegada, tivesse pensado erradamente que os seus desejos pudessem ser sentidos da mesma forma... Já eu, bem mais desinibido e irracional, acabei por revelar uma estranha faceta de inibidade que me deixou pensativo ainda que muito realizado. Os dias que se seguiram, foram vividos no meio de uma imensa estupefacção e incredulidade da minha parte... Quero fazê-lo novamente, exactamente da mesma forma!

sábado, 8 de dezembro de 2007

A espera...

Aguardo-te em casa, de banho tomado e perfeitamente tranquilo…
Sinto-me com desejo, mantendo uma ansiedade crescente com o passar do tempo, com a contagem de cada minuto que voa ao sabor da minha pressa e com um bater forte e descompassado de um coração que rapidamente deseja o teu corpo. Deitado no sofá de ângulo da minha sala, olho para as imagens que teimam em passar na televisão, não lhes dando a mínima importância e tentando tão somente uma distracção que me diminua a tensão da espera. O nervosismo apodera-se, deixando-me rendido a um tremor de corpo parecido com um frio dilacerante, ainda que apenas tenha vestido um pequeno robe a cobrir-me a pele. Fervo em cada poro, em cada recanto, em cada pedaço de carne que me dá forma… Chego a transpirar das axilas, das virilhas, das mãos… Ao mesmo tempo, pareço sentir frio, juntando a secura da minha boca a uma forma de estar completamente irreal.
Oiço o rodar de uma chave na fechadura de casa, tentando abstrair-me do ruído, mantendo-me imóvel e aparentemente tranquilo, ainda que a excitação se apodere cada vez mais. Chegas como sempre, de um modo sensual, audaz, doce, meigo e extremamente apetecível… Largas a mala na cadeira, deixando cair no chão o casaco que te reveste os ombros, aproximando-te e chegando-te até mim com o mesmo desejo que também sinto. Apoias o joelho bem junto a mim, deixando que a saia suba um pouco e permita ver a liga que trazes vestida. Sorrio para ti, tocando-te na coxa, mimando-te e gostando como sempre da tua forma de ser, provocante, tranquila e desinibida. Baixas-te até aos meus lábios, beijando-me suavemente, mordendo-me um pouco e deixando que a língua hidrate a minha boca seca e sedenta de te provar. Ajoelhas-te diante do meu corpo semi-rígido pela tensão, desviando o tecido que me reveste e procurando a minha pele nua, tacteando, sentindo e deixando-me ainda mais arrepiado pelo suave toque das tuas falanges. O meu sexo reage, deixando-te mais solta e com vontade de o provares… Segues até ele, acariciando-o com as mãos, brincando, provocando, ora com meiguice e movimentos suaves, ora com força e sendo brusca… Gemo, suspiro e desejo mais com todo o meu ser. Rodo um pouco o corpo para que tenhas mais espaço e sem esperarares, sinto a tua boca mergulhada nele, de cima abaixo, engolindo-o, lambendo-o, chupando-o e mimando-o como tão bem sabes… As minhas mãos acariciam-te o cabelo, com pequenas festas, com pequenos mimos… Convido-te a algo mais, provocando-te com as mãos, com o movimento do meu corpo, com a expressão do meu rosto... Ainda vestida, sentas-te ao meu colo, deixando-o entrar suavemente, mexendo-te em sintonia comigo, provocando-me loucura e um estranho mas apetecível descontrole. Já no chão, retiramos toda a roupa… Consumimo-nos de várias formas, de várias maneiras e sempre em busca da perfeita harmonia… Vens-te em contracções ritmadas de luxúria, perdição e fraca noção do ambiente exterior… Venho-me na tua pele, nos teus lábios, libertando o néctar do meu íntimo, desejando que este mesmo orgasmo de sensações, jamais alcance um epílogo repentino…

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Loucura!

Estranha esta fixação...
Envolve-se, entranha-se e deseja-se bem mais do que o próprio desejo. Apeteces-me sem propósitos, nem nexo ou noção do intemporal, fazendo com que o simples ímpeto selvagem de que de mim se emana, irradie com todo o meu ser. Não durmo, não como, não respiro e mal consigo pensar... Jamais poderia pensar que o instinto carnívoro de uma espécie de predador sexual estaria em mim, da mesma forma que o teu lado afirmativo e em igual plenitude me ilude e me chama. Tremo quando oiço a tua voz, transpiro quando suspiras, enteso-me quando quase me tocas... Quero-te de uma vez, como se conseguisse rebentar o teu corpo e rasgar-te a carne sem pudores. Vem ter comigo, entrando pelo meu quarto sem dizeres uma palavra, sorrindo com astúcia e malícia, deixando-me rendido aos teus intentos...
Sento-me na cama, apoiado sobre os braços, observando-te em cada movimento... Transbordas sensualidade, na forma de te despires, de me olhares e de me provocares. Aproximas-te nua, pegando-me pela cabeça e guiando-me ao sabor da tua pele, desejando que te toque, te beije, te lambe e te consiga fazer suspirar de prazer. Interrompes-me por momentos, despindo-me quase em simultâneo, pegando no meu sexo ávido e sedento de te possuir, de te mimar e de te fazer sentir realizada e satisfeita... Fantasias como poucas, sabendo o que pretendes dar e receber, satisfazendo-me, deixando-me com o desejo de continuar a sentir este prazer, sem pressas ainda que apressado e mantendo viva esta sofreguidão interior. É bom sentir esta invasão, esta forma de te possuir, de me entregar, de me deixar levar numa completa loucura e irracionalidade. Fode-me com força, sê bruta e dura em cada momento, montando-me, apertando-me, provocando-me em cada estocada, sentindo a vontade de te sentires rasgada e penetrada por mim. Faz-me vir desta forma, inundando o teu corpo com o nosso doentio prazer... Vai-te embora de uma vez por todas, deixando-me prostrado neste leito de completa insanidade e sem dizeres uma palavra. Amanhã, provocar-te-ei novamente, tão somente porque te quero e te desejo assim...

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