sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Artes...

A noite parecia solitária para ambos...
O frio e a chuva que ruidosamente teimavam em continuar a viver lá fora, não nos dava sequer o discernimento necessário para uma saída nocturna. Cá dentro, o silêncio e a melancolia, arrastavam o meu corpo e o da Filipa para uma preguiça e uma sonolência cada vez mais evidentes.
Deixei de parte o zapping doentio de um televisor que em nada nos favorecia, preferindo rebuscar na internet um qualquer desafio que me agitasse e fizesse acordar.
Nas páginas favoritas, nenhum novo acontecimento digno de registo... Nos blogues conhecidos, nada de suficientemente interessante e na caixa de e-mail, montes de spam a invadirem-me a privacidade.
Contudo, foi neste lixo electrónico que algo me despertou. Desafiei o link de um hipotético vírus, acedendo-o sem receio e ousando o conteúdo erótico que o mesmo publicitava. Era um convite ao prazer através de um site de vendas on-line de produtos eróticos, de chat rooms onde se podia discutir abertamente qualquer tema sexual, bem como de publicidade a sex-shops e a vários clubes de swing.
Explorei cada recanto daquela página como um miúdo sedento por provar o desconhecido. Excitava-me mentalmente com cada nova imagem que me surgia, não só pelo aspecto colorido e tentador do website, como pelo próprio desejo que naturalmente me provocava.
Queria mais, bastante mais, deixando-me por isso ficar a viajar naquele espaço, até sentir as mãos da Filipa no meu corpo. Há muito que me observava e sentira a mesma necessidade que em mim também crescera. Tocou-me, beijou-me e despiu-me em silêncio...
Sentou-se no meu colo, roçando-se no meu sexo já endurecido por tudo o que aquilo me tinha provocado. Ajudei-a a despir-se, retirando-lhe a camisola, o soutien e mergulhando com avidez naqueles seios quentes e macios. Apertei-os, beijando-os e massajando-os com o desejo e a vontade de a querer por inteiro. Ambos sentados naquela cadeira de escritório, vibrámos com o fervor das nossas carícias, do nosso mimo, da nossa entrega...
Peguei-lhe, levantei-a e fi-la sentar na secretária, desviando o pequeno portátil da nossa frente. Puxei-lhe as calças de jogging em simultâneo com a lingerie e despindo-me também, penetrei-a com força. Estava húmida, quente, bastante mais excitada que eu...
Apertou-me com força as maçãs do rosto, pedindo-me sôfregamente que o fizesse com mais intensidade. Senti-me primitivo, carnal, embora preenchido por um louco sentimento de satisfação e prazer. Ela acompanhava-me com o mesmo ritmo, abraçando-me com força e cravando-me as unhas nas costas num misto de dôr e de maior entrega. Vim-me rapidamente, provocando-lhe de igual forma um orgasmo de enorme intensidade e de pleno preenchimento. Mantivemo-nos abraçados por alguns instantes, recuperando o fôlego e sorrindo por fim.
O computador, esse, não deixou de abrir as tão incómodas janelas de pop-up enquanto nos consumíamos. A última, era tão somente uma imagem de uma pin up girl a sorrir e a piscar-nos o olho. Divertido mas no mínimo curioso, não?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vendas...

A Célia era uma mulher fabulosa…
Conheci-a quando coloquei a minha primeira casa à venda e sendo ela promotora de uma agência imobiliária, não demorou a que a nossa relação comercial se estendesse a uma relação de alguma confiança pessoal.
Tinha um corpo magro, bem feito e uma pele morena que me deixava completamente louco. O rosto era pequeno, com um olhar expressivo e uma voz quente… O cabelo liso, comprido e extremamente escuro…
Desde o primeiro dia em que a vi, que não deixei de pensar nela. Decorei cada movimento com que se manifestava, cada expressão que usava para melhor explicar o que pretendia, cada gesto com que se auxiliava para melhor se fazer entender…
Na primeira visita que fez à minha casa, senti algo extremamente forte a surgir do meu íntimo… Mal fui capaz de esconder o nervosismo perante os potenciais compradores do apartamento, preferindo sempre focar a minha atenção naquela mulher de sonho.
Durante a segunda visita, senti-me mais tranquilo ainda que o turbilhão de emoções se manifestasse sempre à flor da pele… Finalmente e após umas quatro idas com novos interessados, surgiu um telefonema dela a dar-me conta de uma proposta concreta entre mãos. Combinou comigo que levaria com ela a pessoa para ver a casa mais uma vez e que falaríamos de imediato nas bases de um possível acordo. Aceitei de pronto e no dia combinado, sentámo-nos à mesa para negociar. O interessado era um homem de meia-idade, solteiro e com interesse de investimento no mercado imobiliário. A oferta seduziu-me, tendo eu pedido apenas um pouco mais de tempo para a analisar em concreto. Despedi-me de ambos, ficando a pensar na validade da proposta bem como e mais uma vez, em cada curva do corpo daquela mulher.
Cerca de uns cinco minutos volvidos, alguém me tocou à campainha. Era a Célia…
O meu coração disparou e a inquietação para perceber o que queria afinal, deixou-me ainda mais nervoso. Entrou, colocou a pasta relativa ao meu processo em cima da mesa da sala e em traços gerais, explicou-me de um modo mais pessoal e directo, os contornos do negócio. Quase não lhe prestei atenção, tal era a forma como a olhava e a desejava sentir... Por breves instantes, ela calou-se e puxando-me pelo pescoço, beijou-me deliciosamente. Retribui estupefacto e sem reacção, ainda que fosse aquele momento, o que mais avidamente desejava viver…
Virei-a de costas, apertando-a de encontro ao meu peito, beijando-a, mimando-a e sedento por devorá-la... Levei-a até ao sofá e fazendo-a ajoelhar-se, rocei o meu sexo cada vez mais duro e repleto de tesão, naquele cú bem espetado. Retirei-lhe as sandálias dos pés, despi-lhe os calções que trazia vestidos e agarrando-a por trás com força, enterrei-me por completo. Ela gemeu, suspirou, soletrou algo imperceptível, mas continou a aceitar-me daquela forma. Rejubilei com a posição, com o prazer que aquela mulher me estava a proporcionar, com o sonho que finalmente consegui satisfazer…
Deitei-me sobre ela, procurando-lhe os seios, agarrando-os e apertando-os de forma a que também sentisse prazer no meu toque… Entesava-me estar assim, semi-despido, com ela da mesma maneira, quase submissa, entregue, mas plenamente realizada pela satisfação que também sentia… Adorei vê-la diante de mim, com aquela pele escura bem à frente dos meus olhos e deliciosamente tentadora. O modo como fizemos sexo era estritamente carnal, louco, rápido, sôfrego, ainda que o prazer se declarasse como uma enorme prova de amor. Vim-me finalmente e quase em simultâneo com ela, masturbando-me com força e de forma a despejar todo o meu prazer naquelas nádegas morenas e deliciosas.
Ajudei-a a levantar-se, dando-lhe um beijo carinhoso no rosto e tendo recebido um sorriso de meiguice em forma de gratidão…
Abracei-a sem proferir qualquer palavra, remetendo para mais tarde qualquer contacto.
O negócio acabou por se concretizar e a Célia, continuou a fazer parte da minha vida noutros momentos tão fugazes quanto apaixonantes. Hoje estamos distanciados por outros factores, mas a venda da minha primeira casa, será sempre um momento para recordar e reviver.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fotos...

Nunca deixei de exibir uma certa vontade para me deixar fotografar ou filmar sem qualquer peça de roupa. Aliás, julgo que esse desejo me acompanhou desde pequeno, embora o quisesse fazer sempre sob condições muito especiais. Tinha uma ideia muito definida relativamente ao tamanho das fotos que pretendia, às posições que me favoreciam e nunca o pretendia fazer de uma forma que me mostrasse o rosto ou uma grande parte do meu corpo. Preferia o detalhe, a minúcia, o cuidado e o pormenor…
Imaginava por isso um cenário natural como uma praia privada, uma pequena floresta em que não pudesse ser avistado e mesmo que esse mesmo registo fosse feito em casa, preferia-o de um modo descontraído, natural e sem grandes produções.
Bastava-me uma máquina, alguém disposto a fazê-lo e eu. Sempre eu com a minha postura e entregue a uma descontracção o mais natural e o menos nervosa possível.
Há muito que falava com uma amiga de quem sabia ter uma paixão imensa por fotografia. Expliquei-lhe as razões, o meu interesse e as minhas motivações para uma sessão do género e apesar de algumas dificuldades naturais sobre o local e o tipo de trabalho, finalmente acordámos em fazê-lo.
Combinámos que seria numa floresta nossa conhecida, procurando depois o melhor local e aquele que nos conferisse uma boa qualidade de imagem, além da essencial privacidade. Permanecemos por isso numa enorme clareira rodeada de pedras a toda à volta, juntamente com todo aquele ambiente que apesar de nos parecer seguro, nos fazia sentir como se dele estivéssemos a fazer parte.
Ela encostou-se a uma daquelas pedras, olhando-me, sorrindo-me e preparando o equipamento que trouxera para o efeito. Não escondi o imenso nervosismo que sentia e por entre o som do obturador, fui tirando a camisola, movendo-me, rodando e mexendo-me consoante os movimentos que ela me ia pedindo. Já em tronco nu, coloquei as mãos nas ancas, deslizei-as por dentro dos calções e fazendo-os descer lentamente, despi-me por completo. O meu corpo dava sinais de impaciência, de receio e ao mesmo tempo de uma vergonha que antes não imaginava poder sentir. Descalcei-me sobre a caruma daqueles pinheiros e ainda inquieto, movimentava-me ao ritmo do audível som da máquina a disparar. Aproximei-me dela, perguntando-lhe se já chegariam… Ela insistiu, fazendo grandes planos das minhas coxas, das minhas nádegas e do meu sexo… Sem hesitar, retirou a máquina da frente, pegou nele e começou a satisfazer-me. Meteu-o na boca, lambendo-o e beijando-o como se o desejasse desde que ali tínhamos chegado. Excitou-me, derreteu-me, acarinhou-me… Se por um lado perdi a inibição e a timidez, por outro, receei ainda mais podermos estar a ser observados. Ela continuou sem se deter, abrindo o fecho do pequeno casaco que trazia e oferecendo-me o peito com agrado. Toquei-lhe, vibrei com a suavidade e a excitação daqueles deliciosos seios… Senti-a insistir cada vez com mais força, com mais rapidez e com mais entusiasmo. Finalmente e apertando-a mais um pouco, senti jorrar naquela boca deliciosa, toda e essência e exaltação que se apoderaram de mim…
Sorri-lhe, beijei-lhe a testa e ajudando-a a limpar o muito sémen que lhe tinha espalhado, vesti-me tranquilamente. Senti-me bem, com um enorme desejo de retribuir, embora não fosse naquele momento o desejo dela. Dei-lhe a mão e pegando nas coisas que para aquele lugar levámos, saímos dali de regresso a casa.
As fotos, essas, ficaram magníficas, únicas, nossas! A vontade de repetir a experiência mantém-se, ainda que o desejemos fazer com uma outra postura e de uma forma completamente diferente. Por mim, o desejo é de recompensar, o mais possível…

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Brindes...

Brinquemos agora... depois de brindar!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Consultas...

A minha segunda ida ao médico, inquietava-me…
Há muito que não fazia exames e após uma primeira consulta numa clínica privada, sentia-me nervoso, agitado, ansioso…
Retirei sangue e recolhi urina para análise. Fiz um electrocardiograma, inúmeras medições de tensão arterial, provas de esforço e depois de todos estes exames, preparava-me para ser confrontado com os resultados a que me tinha submetido. A médica que me recebeu da primeira vez era simpatiquíssima, afável, simples na maneira de falar e prática no sentido de explicar o porquê daquelas análises.
Não teria mais do que 35 anos, morena, de baixa estatura e de traços claramente latinos. Recordo-me como me recebeu e como fazia questão de me pressionar sobre o meu natural desleixo relativamente a um maior acompanhamento médico. Respondeu-me a algumas dúvidas e questões que fui formulando sem qualquer dificuldade e perante toda essa enorme descontracção, posso dizer que fui extremamente bem atendido.
Finalmente, o dia da consulta aconteceu e a espera na pequena sala que nos recebia, pareceu-me interminável. Chamaram pelo meu nome e por entre um nervoso miudinho quase incontrolável, levantei-me e acorri de pronto, destemido, embora sempre receoso. Entrei na sala de consulta, fechei a porta e cumprimentando a médica, pude constatar que a mesma mulher que me tinha recebido tão calorosamente da primeira vez, ainda mantinha o mesmo sorriso simpático com que me presenteou.
Sentei-me e entreguei-lhe os envelopes dos exames… Aguardei impaciente com o estridente som do papel a descolar, do mesmo modo que a demora em ler os resultados criava em mim uma ansiedade crescente. Acompanhei-a a dobrar novamente as cartas e a colocá-las nos mesmos envelopes que tinha aberto. Felizmente, tudo estava bem!
Tranquilizei-me, ainda que sentisse o meu coração a rebentar. Ela levantou-se e pediu-me para puxar a manga da camisola. Mediu-me a pressão arterial, alertando-me para ir acompanhando o ritmo cardíaco com frequência, embora não inspirasse cuidados de maior. Pediu-me de seguida para me sentar na pequena maca do consultório e tirar a camisa. Auscultou-me, observou-me os ouvidos, a garganta e pedindo-me para me deitar confortavelmente, continuou a examinar-me. Pressionou-me o abdómen em diversas zonas, tocando-me, sentindo-me… Arrepiei-me e reagi um pouco com a suavidade daquele toque. Conseguia daquela posição, ver-lhe uma parte do decote por entre a bata e a isso não fiquei indiferente. Senti-a continuar e mais do que me estar a examinar, pareceu-me vê-la sentir prazer no contacto das suas mãos com a minha pele. Continuou um pouco mais até se virar rapidamente e me pedir de súbito para me levantar. Senti-me excitado, quente, com uma erecção bem notória e a tomar conta de mim. Ela, ter-se-á apercebido e talvez também levada por alguma excitação e não querendo colocar em causa toda a sua conduta, ter-me-á feito aquele pedido bruscamente. Levantei-me no preciso instante que ela se tornou a virar, ficando ambos no exíguo espaço entre a maca e a parede, frente a frente, olhos nos olhos…
Olhou-me, baixando de pronto o rosto, constrangida e nitidamente incomodada. Fechou os olhos, aproximou-se um pouco mais e beijou-me a pele timidamente. Acedi àquela provocação, abraçando-a, puxando-a para mim e fazendo-a sentir colada ao meu corpo. Apertei-a, coloquei-lhe as minhas mãos nas nádegas, levantando-a e roçando-a no meu sexo cada vez mais duro e sedento. Ela gemeu, rendeu-se, entregou-se… Colocou a mão no meu ventre, deslizou a mão por entre o tecido das minhas calças e da minha pele nua, procurando-o e satisfazendo-se. Abriu-me a fivela do cinto, desapertou-me as calças botão a botão e baixou-as juntamente com a minha roupa interior… Tocou-o com força, avidez, masturbando-me e dando-me prazer como há muito não sentia. Abriu uma pequena gaveta e retirou um preservativo. Rasgou a embalagem e colando-o nos lábios, baixou-se sobre mim para o colocar com a boca. Fê-lo com suavidade, meiguice e de um modo que me surpreendeu. Deslizou depois e lentamente sobre o meu sexo, desenrolando aquela camisinha vagarosamente e em toda a extensão do meu pénis. Acariciou-o com a língua, com um beijo malicioso e um olhar provocador… Levantou-se de seguida, virando-se e roçando-se nele como se há muito mo pedisse.
Coloquei-lhe as mãos no tronco, ajudando-a a ver-se livre da bata que a revestia e despi-a um pouco mais. Desapertei-lhe a saia, abri-lhe os botões da camisa e puxando os seios para fora do soutien, agarrei-os com a palma das minhas mãos num desejo incontrolável. Beijei-a no rosto, no pescoço, trincando-lhe e lambendo-lhe o pequeno lóbulo da orelha. As mãos inquietas com que ele me sentia, não paravam de me satisfazer, tocando-me no sexo, nas coxas, nas nádegas e quase me exigindo que a penetrasse com força. Por fim, as mesmas mãos que me mimavam, baixaram a lingerie que a compunha, deixando-me livre para a consumir e devorar. Fi-lo com força, com estocadas fortes e sedentas de um prazer único. Dava-me prazer fazê-lo assim, sentindo-a rejubilar e repartir a mesma sensação. Virei-a de seguida e deitando-a na mesma maca onde momentos antes tinha sido examinado, transpus aquele sexo quente, húmido e apertado… Excitou-me fazê-lo assim, naquele ambiente de fantasia e com uma mulher semi-despida. Já perto do clímax, retirei o preservativo e ejaculei naquele corpo maravilhoso que tanto prazer me dera...
Beijei-a, mimei-a e sorri-lhe com o mesmo olhar gratificante com que ela me observava. Levantei-a, vestimo-nos e em silêncio permanecemos por mais alguns instantes. Ela dirigiu-se à pequena secretária, rabiscou umas letras numa receita médica e entregou-ma dobrada. Saí com um sorriso, embora estranhamente invadido por uma sensação de irrealidade e loucura. Já cá fora, abri o pequeno papel e pude ler a seguinte frase: “Obrigada pela fantasia… Saber-me-ás como encontrar.”
Sorri novamente, pensando sobre de quem seria afinal, este delicioso fetiche…

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Post-Scriptum...

A todos os seguidores, amigos, colegas e anónimos visitantes dos meus espaços, gostaria de deixar uma palavra de apreço, simpatia e agradecimento, por todas as mensagens que me têm enviado não só pelos comentários deixados, como através de e-mail e vulgares sms.
De facto, a assiduidade com que escrevo e partilho convosco todas as minhas vivências, experiências, fantasias ou humores, não tem sido a mais regular. Não por falta de vontade, inspiração ou por um querer que se tenha vindo a diluir ao longo destes anos… Nada disso!
Acredito até, que possa ter perdido visitas por este distanciamento mais notório, mas como sempre fiz questão de frisar e nunca esconder, mantenho a minha escrita de um modo muito pessoal, muito discreta e muito minha. Não se tratará de egoísmo ou algo que o valha… Aliás, o prazer que retiro dos momentos em que primeiramente rabisco as minhas ideias valerão por tudo. No entanto, nem sempre existe disponibilidade física ou mental para expressar o que sinto e tanto desejo transmitir, ainda que a paixão me mova sempre a voltar.
A todos vós e além do agradecimento especial que aqui hoje deixo, fica a promessa de que mais do que actualizações frequentes, existe e existirá pelo menos, sempre a vontade de algo mais. Até breve!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Saídas...

Lisboa, 24 de Maio de 2003
O Verão caminhava a passos largos para o seu começo e as noites na capital começavam a atingir o seu auge entre as Sextas-Feiras e os Sábados à noite.
Nunca fui de grandes saídas ou de procurar diversão nos grandes espaços nocturnos da cidade, mas por diversas vezes, fiz questão de frequentar uma pista de dança, sentir um copo na mão e estar rodeado por gente bonita. Talvez por isso, aquele sábado tivesse sido tão especial para mim…
A hora tardia aliada a alguns excessos, convidavam a uma maior exposição da nossa loucura, a uma libertação natural do que irremediavelmente acumulávamos durante a semana e com isso, a uma maior desinibição em torno de quem estava à nossa volta.
Foi assim que conheci a Vânia, no meio do Indochina e cercados de gente por todo o lado. Sorrimos, dançámos e assim permanecemos com grande empatia até boa parte da madrugada. Ambos estávamos sós, descomprometidos e remetidos a um lugar onde todos nos eram indiferentes. Trocámos breves impressões, sem qualquer interesse sexual ou desejo físico de parte a parte. Acabámos por sair dali por volta das 4h30, cada um rumando ao seu carro e fazendo o seu natural trajecto até a casa. Contudo, a troca de números de telefone acabou por dar os seus frutos e naquele mesmo Domingo, encontrámo-nos durante a tarde em Belém. Questionámo-nos sobre a aventura de nos termos conhecido daquela forma, na rapidez com que voltámos a estar juntos, na empatia que nos levou a estar ali…
Já com o final do dia a pairar sobre nós, jantámos tranquilamente até que em jeito de despedida, um abraço mais carinhoso acabou por nos fazer despertar. Insisti para a levar a casa, completamente derretido pelo calor daquele corpo, pela ternura daquele abraço, pelo suave aroma que me embriagou de desejo e de prazer.
Ela acedeu e à entrada do pequeno apartamento, convidou-me a entrar. Corei, mal reagi e deixei-me render perante o convite...
O espaço era minúsculo, via-se uma boa parte do rio pela janela e mais parecia uma pequena casa alugada a estudantes. Senti-a aproximar-se e sem hesitar, beijou-me com força, apertando-me e puxando-me para ela... Tocou-me por entre a roupa, sentindo o meu sexo erguer-se e desejá-la com todo o fervor. Virei-a, apalpei-a do mesmo modo, perdendo-me com a perfeição dos seus seios, com o calor da sua pele, com aquelas formas que me deixaram ainda mais excitado e perdido.
Despi-lhe a camisa com pressa, beijando-lhe as costas e o pescoço, trincando-lhe suavemente o lóbulo da orelha…
Coloquei-lhe as mãos por dentro do soutien, agarrando com força aquelas mamas macias, quentes, deliciosas… Apertei-lhe os mamilos por entre os dedos e sentindo-a retirar o meu sexo de dentro das calças, procurei-lhe a boca, sedento, esfomeado, querendo prová-la com todo o meu ser… Fi-la virar-se para mim, descendo por aquele corpo, saboreando-lhe cada pedaço de pele, revestindo-a com o trajecto da minha língua. Deitei-a no pequeno sofá e abrindo-lhe ligeiramente as pernas, descobri-lhe o sexo húmido, quente, desejoso de ser tocado e mimado por um homem que lhe soubesse dar prazer. Mergulhei nele a minha língua, lambendo e chupando com sofreguidão aquela cona que há muito me parecia pedir que a fodesse. Brinquei um pouco mais, exultando pela tesão que me proporcionava ao fazê-lo e com o prazer que lhe sentia estar a proporcionar.
Levantei-me e levei-lhe o meu pau cada vez mais duro e humedecido pela vontade de a foder. Ela anuiu e de uma só vez, colocou-o todo na boca. Fê-lo com força, magoando-me ainda que me estivesse a satisfazer. Continuou com força até se saciar e quando não aguentou mais, levou-o até onde o queria sentir. Enterrei-me naquele corpo suculento, rendido a uma loucura e a uma pressa em me vir, que quase parecia animalesca.
Adorei penetrá-la, ir de encontro àquele corpo que quase me engolia e me fazia desaparecer dentro de si. A sensação daquele contacto parecia irreal, mesquinho e ao mesmo tempo, pleno de sentimento. Ainda que pudesse parecer distante, ela excitava-me de tal forma, que me conseguia absorver e fazer alhear de tudo o resto. Parecia impossível que a mesma Vânia que nada me dissera sexualmente na noite anterior, fosse a mesma mulher que agora aos meus olhos exibia perfeição…
Por entre gemidos, senti-a pedir-me mais, com mais força, com mais rapidez, com mais impetuosidade… Soltei tudo o que de mais instintivo vivia em mim, apoderando-me daquele corpo e dominando-o como se fosse meu. Rejubilei com as provocações que dela me chegavam, fodendo-a com todas as forças que tinha, com todo o homem que sentia existir em mim…
Finalmente, jorrei naquele corpo delicioso, todo o sémen de um orgasmo intenso, forte e cujas golfadas foram o sinal mais revelador da tesão que me provocara.
Exaustos, cansados e entregues a uma transpiração natural, ambos sorrimos, brincando um pouco mais… Ela com o esperma que lhe ofereci pela pele, eu com um leve roçar do meu sexo no dela…. No final, um beijo intenso antecedido por um banho retemperador, foi sem dúvida a melhor recompensa para aquele sublime momento.
O que aconteceu após todo este tempo? Bem, vivemos mais umas quantas aventuras…

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cascatas...

Adormeço, acordo…
Permito-me sonhar com aquilo que mais desejo, com a total corrente dos meus anseios, procurando buscar e trazer ao nosso alcance, tudo aquilo que a realidade por mais perto que a pressinta, jamais nos trará.
Fecho os olhos por largos instantes e no meio desta escuridão, imagino-te comigo num lugar paradisíaco, deserto, alheado da implacável acção do tempo, da necessidade brusca das obrigações por realizar, das vontades impostas pelos outros em nos moldar e perseguir…
Dou-te a mão nesta cruzada de sonho, neste infindável limite onde apenas ambos existimos, descobrindo encantos, realçando emoções, vivendo momentos. Puxo-te para o interior desta ilha de fantasia, correndo, fugindo, indo em busca de um paraíso em que acredito, sem no entanto ter a certeza que o encontre. Sorris comigo, acompanhando-me, seguindo-me nesta crença absurda e insensata, ainda que a tua convicção te sugira que jamais o deixes de fazer. Finalmente, encontramos a nossa fonte, a nossa cascata de sentimentos, a nascente onde a sujidade se purifica e o amor se demonstra…
Molhamo-nos, lavamos os nossos corpos das obscenidades que sempre nos vestiram a pele... Abraço-te, perco-me num beijo silencioso perante o forte ruído que a queda da água provoca nestes rochedos. Sinto a frescura dos teus lábios no calor das nossas bocas, o agradável odor que a suavidade do teu cabelo me produz, o extraordinário desejo com que o teu corpo me invade e aquece.
Novamente em sonhos, pergunto-te carinhosamente e através do olhar, no quanto nos amamos, no quanto teremos perdido até finalmente nos encontrarmos, no quanto ainda poderemos recuperar enquanto por aqui nos mantivermos… Sorris carinhosamente, fechando os olhos, colando o teu corpo no meu e beijando-me calorosamente. Convidas-me a ser teu, a invadir o teu íntimo, a tocar-te como nunca o terão feito. Estremeço, derreto, entrego-me…
Desapareço por momentos como se me ausentasse fisicamente do meu existir, levitando, crescendo e quase fugindo. Desço sobre ti, presenteando-te com o meu toque, com a vitalidade do meu sentir, com a totalidade do meu ser. Beijo-te, provo-te, acarinho-te… Dispo-te das curtas vestes que te preenchem e faço-te minha. Abraço-te, amo-te, desejo-te! Percorro cada centímetro da tua pele, não descurando qualquer pedaço do teu corpo… Rejubilas, suspiras, entregas-te! A água que cai e nos inunda com a sua frescura, é a maior das dádivas para o calor que ambos exalamos.
Excitas-me, provocas-me, pedes-me…
Sinto-me amar-te com o mesmo amor que nutro por mim.
Sinto-te amar-me com o mesmo amor que por ti igualmente manténs…
Não, não é egoísmo nem nunca o foi! São intensos momentos de busca de prazer, de realização de um amor-próprio, de uma satisfação só ao alcance de verdadeiros amantes.
Abre-te para mim, descubramos as estrelas por entre o crepitar das gotas de água que nos molham. Desejo-te intensamente, ardentemente, apaixonadamente…
Move-te, circunda-me, puxa-me para ti! Faz-me teu nesta forma pura de nos amarmos e de nos preenchermos. Faz amor comigo como se nada mais existisse e nada mais pudesse existir. Sente-me entregue no teu corpo, penetrando-te, saciando-te e amando-te como nunca o sentiste. Vem, preenche-te comigo na loucura de um simultâneo clímax de prazer e satisfação. O momento é teu, o amor eternamente nosso!
Por fim, mergulhemos juntos na límpida clareza destas águas que nos serviram de cenário e de maravilhosos instantes. Jamais o esqueceremos…

sábado, 25 de abril de 2009

Cravos...

E porque a liberdade é mais do que o direito de nos sentirmos livres, libertos de toda a opressão induzida e de regimes que forçosamente nos perseguem e engolem, aqui deixo o meu tributo ao dia que hoje se comemora. 35 anos... Tão longe e ao mesmo tempo tão perto...
Que se recorde para sempre o momento em que finalmente houve a coragem de se derrubarem barreiras e de se erguerem pontes para um mundo que há muito se coadunava com a vontade de um povo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Aulas...

Há algum tempo que tinha voltado a frequentar o Ensino Superior.
A necessidade de uma maior formação académica aliada a uma vontade de realização pessoal, tinham-me forçado a continuar os estudos em horário pós-laboral. Os semestres sempre foram cansativos, exigentes e nem mesmo as cadeiras mais simples pareciam sempre fáceis de ultrapassar. Ao longo do tempo, deparei-me com bons e maus colegas, bons e maus docentes, mas como em tudo na vida, estava ali por mim, procurando alcançar os meus objectivos e tentando vencer os obstáculos com uma razoável força de vontade. No entanto e nas enormes secas que eram algumas das aulas, a atenção virava-se para outros campos, quer fossem mulheres, automóveis, futebol e tantos outros temas que a atenção prendia. Numa dessas aulas, recordo-me de uma chamada de atenção da professora de Álgebra para o meu alheamento e devo confessar que a situação foi deveras incómoda para mim. No final daquele dia, voltei a cruzar-me com a mesma professora e da mesma forma que tantas vezes sentia a minha mente levitar e ocupar-se de outras matérias, imaginei-a comigo, em minha casa, despindo-a, tocando-a, tornando-a minha…
Era uma mulher atraente, não muito mais velha do que eu, mas por quem nunca tinha idealizado qualquer fantasia. Naquele dia, talvez aquele correctivo me tenha feito despertar e olhá-la com outros olhos, levando-me a procurar melhorar o meu comportamento e fazendo com que a minha atenção se prendesse unicamente com ela. Nos dias seguintes, a matéria continuou enfadonha, aborrecida e monótona, embora a minha postura se focasse de tal forma naquela mulher, que dava a sensação de que realmente estaria interessado nas lições. Por fim e numa véspera de exame, pediu-me para ir ter com ela no final da aula. Ficámos sós naquela sala e fui confrontado com a minha falta de interesse naquela cadeira. Permaneci calado, sem conseguir articular qualquer palavra ou elaborar um raciocino lógico que me conseguisse ilibar da minha atitude. Apenas me concentrava naqueles lábios, naqueles carnudos lábios que se moviam e debitavam palavras que para mim não tinham qualquer validade. Levantei-me, pedi-lhe para sair e no instante em que o fiz, senti-a tentadoramente perto. Ambos parámos e naqueles momentos de silêncio, cometi a ousadia de a beijar, de a sentir em toda a sua plenitude, de a conseguir trazer para mim…
Com o mesmo impulso, senti-me acordar, corando, envergonhando-me e pedindo de imediato desculpa pela minha loucura. Senti a boca seca, um pânico imenso e o desejo enorme de desaparecer dali o mais rapidamente possível. Ela permaneceu imóvel, apática e igualmente sem qualquer reacção. Pegou nas suas coisas e saiu…
Segui-a até à casa de banho, tentando desculpar-me e procurando remediar o meu gesto.
Entrei naquele espaço exíguo e embora fosse exclusivamente feminino e interdito a alunos, não receei por quebrar mais uma regra. Aproximei-me dela e voltei novamente a pedir-lhe desculpa. Ela virou-se e olhando-me nos olhos, soletrou um “porquê” por entre dentes. O nervosismo e a inquietação consumiam-nos e novamente num acto de completa insanidade, voltei a beijá-la. Puxei-a para mim, sentindo-a entregue, absorvida e da mesma forma com que a beijava, senti-lhe a vontade de retribuir no mesmo beijo. Tocou-me, apertou-me de encontro ao seu corpo, excitando-me e acariciando-me como se me quisesse naquele momento. Deixou-se encostar à parede e desapertando-me o cinto, aceitou que lhe tocasse, que a sentisse, que a penetrasse.
Fizemos amor num ímpeto de loucura e de utopia. Aquele momento não poderia ser, jamais poderia estar a acontecer e ainda menos naquelas circunstâncias. Apesar da hora tardia e da quase inexistência de pessoas naquele edifício, o receio de sermos surpreendidos não só terá contribuído para aumentar a excitação, mas também para o termos feito de uma forma bastante mais contida. Realizados pela satisfação que a ambos proporcionou, saímos dali com a irrealidade daquele acto bem patenteada na nossa mente. Nada durmi naquela noite, nada estudei para aquele exame… O receio de que algo mais grave pudesse ocorrer caso ela participasse de mim ou se tivéssemos sido vistos por alguém, não parava de me atormentar a consciência.
No entanto, nada aconteceu e acabei mais uma vez reprovado naquela maçadora disciplina que nunca me atraiu. Devo confessar que aquela professora cujo nome trago comigo, continua a ser uma maravilhosa amiga colorida que ainda me preenche e realiza.
A cadeira, essa, há-de ser feita um dia, com maior ou menor dificuldade…

quarta-feira, 18 de março de 2009

Esperanças...

O desejo crescente floresce e aos poucos permanece desconfortável…
Os sinais trocados entre nós, há muito que se adensam e se tornam reveladores de uma realidade que a ambos não deixa de perseguir. É tempo de entrega, de satisfação, de uma libertação física de todo um cenário que tem crescido à nossa volta, alimentando-se de pequenos fragmentos deixados ao acaso, ainda que com uma dose saudável de intenção e de reais propósitos. Talvez pouco mais haja a deixar à mercê da imaginação, quando a ansiedade de tudo aquilo que mais desejamos nos consome e engole sem perdão.
Espero por ti no dia de hoje!
Recordo os pequenos gestos com que me foste presenteando ao longo do tempo… Desde as mensagens anónimas coladas estrategicamente nos meus arquivos, passando pela insistência nos diversos pedidos de ajuda laboral, voltando às mensagens telefónicas que tanto fizeste questão de nunca desistir. Finalmente e atrás dos telefonemas, rendi-me aos teus convites...
Medito sobre cada acto, inclusivamente sobre a minha passividade perante a tua perseverança. Não te culpo e até aplaudo. Sorrio e contento-me pelo facto de o teres feito. Agora e neste tempo de espera em que te aguardo e te desejo fazer viver uma noite inesquecível, sonho alegremente com a fantasia de te consumir, ainda que corra o risco de sentir a minha ansiedade traída, o meu instante alterado, a minha esperança desfeita… Quero-te ver chegar, sorrir e fazer comandar os nossos desígnios para esta hora. Jantaremos apaixonadamente, seguindo para algo que nos desvende perante a noite e nos faça despertar para o encanto de um breve momento a dois. Desejo o teu convite para subir, para me soltar em ti, despindo-te, tocando-te e sentindo-te ardentemente. Leva-me para o teu quarto, consumindo-me com a mesma impetuosidade que sempre deixaste perceptível nas tuas palavras. Aumenta o ritmo, alcançando tudo aquilo a que te permitas viver e sentir, nunca menos do que com o mesmo ímpeto com que propositadamente me despertaste. És minha agora… Entregue, rendida à minha força, aos meus intentos, à minha doce vingança por te proporcionar a mesma excitação com que tantas vezes me confrontaste. Toco-te, aperto-te, esmago-te de encontro ao meu corpo na doce e rude forma de te amar. Entro em ti como se nada mais existisse, gratificando-me com os teus gemidos, suspirando com os teus queixumes, exultando com o teu prazer.
Quero-te em mim com o mesmo instinto, com o mesmo egoísmo único e exacerbado, desejando que o teu orgasmo se torne vigoroso e recompensador pelos instantes em que te amo. Por fim, jorro em ti tudo aquilo que me infligiste… Muito mais do que sémen ou o fruto do meu clímax, ali reside cada um dos momentos das tuas cínicas provocações. Adoro-te!
Será que hoje, tudo viveremos assim? Desce… Ainda te espero!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Cenários...

Por ti, criarei o mais sublime dos ambientes…
Na perfeita noção do que a ambos se remete, tudo deixarei vincado com a esplêndida exactidão que o amor nos merece. Em cada insignificante movimento do meu ser, existirás de um modo particularmente belo, unânime e presente, como que assistindo aos pequenos passos dados para a nossa exaltação.
Nada permanece ao acaso, vetado ao abandono, preferindo e realçando sempre a minúcia, o detalhe e a diferença no mais singelo pormenor.
A média luz de tonalidades vermelhas, respira com as ténues chamas dos pavios acesos… O odor característico da força do incenso dos amantes, confere a este espaço uma envolvência adocicada de tranquilidade e ousadia… A sonoridade calma e serena, conceder-nos-á o maior dos momentos…
Lentamente, reparo no quanto falta para te satisfazer, no quanto ainda necessito para te deixar realmente confortável, no quanto ainda preciso para te amar como poucos, no quanto ainda te desejo mimar com a imensidão deste muito…
A espera consome-me, a ansiedade crescente enerva-me, a angústia desgasta-me, a inquietação corrói-me... Esperarei eternamente se for o caso, jamais admitindo sentir que tudo isto tenha sido em vão, ainda que nunca chegues, ainda que nunca surjas, ainda que nunca me vejas…
Emerges finalmente, sorrindo e fazendo-me derreter perante a beleza da tua existência. Convido-te a entrar, a permanecer, a aceitar a enorme grandeza de cada pedacinho do amor que me une a ti. Toco-te sentindo-me tocado, entrego-me sentindo-me entregue, apaixono-me sabendo-me apaixonado, amando-te sabendo-me amado…
Partes durante o meu sono, deixando-me rendido ao soberbo ambiente que tão fisicamente criei. Ainda que tivesse sido com a secreta esperança de um dia te ver aqui, unir-me-ei a ti vezes sem conta, para sempre…

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Carências...

A monotonia do nosso matrimónio, há muito que fazia dele uma relação sem significado.
A paixão e o amor que outrora faziam parte da nossa convivência, pareciam agora tomados pela frieza, pela distância e pela indiferença. Não tínhamos filhos e nem sequer haviam outras pessoas envolvidas nas nossas vidas. Talvez fosse cansaço, saturação e pouca vontade de continuarmos juntos deste modo. Já não eram os pertences que nos uniam, as recordações passadas, os momentos vividos…
Tudo se diluiu com o passar do tempo, quiçá tomados por uma estranha acomodação, por uma monotonia doentia, por uma vida demasiadamente rotineira…
Certa noite, acordei a meio do meu sono e tomado por um silêncio absurdo, dirigi-me à janela da sala. A temperatura era agradável, amena… O tempo parecia tranquilo, calmo e apelativo a uma saída ao exterior. Estava em tronco nú, ainda quente pelo lençol da cama, marcado no rosto pela fronha da almofada e bastante preso de movimentos. Deixei-me estar, meditando sobre atitudes e procurando soluções para esta situação que há muito me tomava de assalto todos os dias da minha vida. Julgava-me sozinho naquele quadro de paz, de tranquilidade e de sossego, quando senti uns pequenos passos a aproximarem-se e a virem ter comigo. Ela, tinha igualmente acabado de acordar e num estado semelhante ao meu, aproximou-se e abraçou-me pelas costas. Beijou-me ternamente, de uma forma carinhosa, mimando-me até me fazer suspirar. Senti-me bem com aquele afecto, com aquele toque e com aquela doçura que tão bem sabia fazer…
Virei-me e sorri-lhe, ainda que invadido por uma enorme tristeza interior. Não lhe consegui retribuir o gesto com a mesma intensidade, embora a tivesse beijado na testa com o mesmo respeito que lhe sempre tive. Dos olhares de ambos brotava lamento, angústia e uma mágoa profundamente sentida. Parecia que nada mais havia a fazer, até que um beijo, um simples e doce beijo surgiu e dele fez brotar toda a paixão adormecida em nós. Abraçámo-nos num tocar apertado de corpos, numa sede descontrolada de sentires, numa forma louca de saciarmos vontades…
Senti-a percorrer-me o corpo num misto de suavidade e de energia. As suas mãos quase desenharam os contornos da minha complexa anatomia, desejando-me, querendo-me, fazendo-me sentir homem... Tocou-me, beijou-me e sentiu-me como há muito não o fazia. Explorou-me pedaço a pedaço, centímetro a centímetro, numa busca sedenta e meticulosa por prazer. Desceu sobre mim, mimando-me e oferecendo-me o maior prazer que um homem pode sentir. Continuou paulatinamente, ávida, sedenta e sem hesitar um só instante, desejando ardentemente que o meu orgasmo a recompensasse pelo seu desejo. Verti-me naqueles lábios com um instinto demasiadamente carnal e primitivo. Suspirei, respirando ofegante por entre as pausas que aos poucos me fizeram voltar ao estado normal…
Retribui, abraçando-a, beijando-a e puxando-a de encontro ao meu corpo. Levei-a até ao sofá fazendo-a sentar, ajoelhando-me e premiando-a por tudo o que me fizera sentir momentos antes. Insisti com um oral intenso, sublime e repleto do meu ser…
Puxei-a novamente para mim e na mesma posição com que a degustei, entreguei-lhe o meu corpo, penetrando-a e fazendo-a sentir-se minha. Voltei a abraçá-la, trazendo-a de encontro ao meu ventre, fazendo-o com força, com vontade e com um desejo que julgava não mais ser possível viver.
Senti-a entregue, amada e preenchida por aquele momento. O abraço e o beijo terno com que no fim nos mimámos, foi tudo aquilo que mais ansiávamos alcançar.
De volta ao nosso leito, adormecemos lado-a-lado, usando a espontaneidade do amor daquela noite para nos reconciliarmos e voltarmos a viver tudo aquilo que há muito parecia perdido…

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Namoros...

Há algum tempo que vinha para o trabalho com uma amiga.
O ano novo trouxe-lhe um trabalho temporário e a proximidade dos nossos empregos bem como das nossas casas, fez com que decidíssemos fazer o trajecto diário num só carro. Viajámos assim durante três semanas, alternando de automóvel e com as despesas bem mais agradáveis de suportar. Os horários eram praticamente coincidentes, o que não causava transtorno para nenhum dos dois, além do caminho ser bem mais agradável pela companhia que a ambos fazíamos. As conversas fluíam naturalmente e a boa disposição bem como alguns desabafos pelos dias menos conseguidos, enchiam-nos durante aquelas meias-horas de percurso.
Numa sexta-feira e após mais um dia de trabalho, decidimos quebrar a rotina da semana e tomarmos um café juntos. Demorámos mais um pouco do que o previsto e entre o café e um lanche mais ajantarado, chegámos a casa bem mais tarde do que o habitual. Deixei-a à porta do apartamento, falámos mais um pouco e surgiu-me o convite para entrar. Não me apetecia minimamente, até pelo cansaço de uma semana que tinha sido desgastante e pela vontade que tinha em tomar um relaxante banho. No entanto e não querendo ser indelicado, aceitei com um sorriso apesar da relutância em o fazer. Entrámos, sentámo-nos no sofá da sala e por entre as imagens que a televisão nos dava e o bom ambiente que por ali se fazia sentir, um beijo inocente acabou por surgir.
Foi meigo, terno, aveludado e com uma agradável sensação de preenchimento. Sentimo-nos bem, voltando a repeti-lo… O ritmo e a intensidade do mesmo aumentou, não tardando que as mãos dessem lugar ás vontades que tanto começámos a viver. Tocámo-nos, despimo-nos e sentimo-nos entregues a um só momento.
O calor das nossas peles disfarçou o frio que se fazia sentir. O ávido desejo de nos consumirmos, realizou finalmente toda a fantasia que vínhamos alimentando nos últimos tempos. O amor com que nos percorremos, saciou finalmente a gula de dois corpos em êxtase por um momento tão sublime…
Exaustos, satisfeitos e plenamente preenchidos, adormecemos lado-a-lado no tapete daquela sala, apenas com uma pequena manta a cobrir-nos. Acordámos a meio da manhã de sábado com o sol a presentear-nos com toda a sua energia e a convidar-nos para um agradável passeio de mão dada. Fizémo-lo com todo o amor que entre nós surgiu, depois de um duche retemperador e de um pequeno-almoço completo.
Ainda hoje namoramos exactamente como naquele dia…

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