sábado, 8 de outubro de 2016

Regressos...

Final de verão...
Há muito que não via uma colega de longa data. Os encontros e desencontros que se fazem pelas redes sociais, propiciam sempre partilha de estados de espírito, de imagens, de momentos, de proximidade que embora e que por vezes pareça doentia pela virtualidade, confesso que me agrada.
Num desses acasos, reparei numa foto de perfil da Mara... Diferente, mais velha, mas igualmente bonita e de olhar misterioso. Gostei, assinalei a minha intenção e a resposta fez-se pela via de chat.
Confrontou-me pela ausência física de anos, pela presença constante apenas pelo virtual e porque não, um encontro mais sério e ao fim de tanto tempo... Sorri!
Demorou ainda algum tempo até esse compromisso ser realizado. Fizemo-lo numa praia conhecida de ambos, ao cair da noite e onde inevitavelmente iríamos recordar momentos de outrora ali vividos e com outros intervenientes.
Caminhámos, sorrimos, trocámos impressões entre o passado, o presente e o futuro... A ambos a vida trocou muitas voltas. Algumas boas, outras nem por isso...
Sentámo-nos no areal com o cair da noite. Enchi-me de areia por entre os ténis, por entre os bolsos dos jeans, pelas mangas da t-shirt cujo tecido permanecia esmagado pelos meus cotovelos e como se numa poltrona me recostasse. Olhava as estrelas enquanto falava e a ouvia. Era por demais evidente o excelente ambiente que a noite nos proporcionava. Ela aproximou-se... Colou-se a meu lado, deitando-se como se me venerasse. Senti-lhe a respiração, a suavidade do seio a tocar-me no antebraço ainda que em completa inocência. Sorrimos... Estávamos extremamente bem ali, juntos... apenas!
Contudo e como quase sempre, é a troca de olhares quem nos atraiçoa ou no caso, quem nos fez despoletar uma troca de mimos e carícias tão inocentes quanto inusitadas.
Beijámo-nos... Primeiro num ligeiro toque de lábios como se de uma brisa muito superficial se tratasse, passando depois a uma sôfrega e intensa gula de duas línguas esfomeadas a consumirem-se. Foi apaixonante, intenso, vibrante... Não foi amor, nem carência... Quiçá uma carícia de amizade que de tão inconsciente poderia ter sido algo condenável, impetuoso, irresponsável.
Insistimos, por entre beijos, por entre abraços, por entre amassos naturais como se dois amantes se tratassem. Sabíamos o que estávamos a sentir, a desejar... Tocámo-nos mais intimamente sem reservas... Eu sentindo o calor e a forma dos seus seios, ela a excitação do meu sexo que vibrantemente reagia sem pudor. Ali permanecemos, extasiados, entregues a longos e intensos beijos à medida que as mãos tocavam e masturbavam o outro... Atingi o clímax por entre gemidos contidos, jorrando o meu sémen por entre aqueles dedos esguios, quentes e sequiosos por me satisfazer... Olhei-a de novo e provocantemente, lambeu cada uma das falanges como se da mais doce geleia se tratasse.
Sorriu insatisfeita, provocando-me ao passar a língua ainda impregnada pelo meu sabor pelo canto dos meus lábios... Deitou-se a meu lado, sem uma palavra dizer.
Permaneci como quando aqui chégamos... Contemplando as estrelas, algo desconfortável pelo sucedido, pelo momento e pela forma como ambos teríamos sairíamos dali. Ela levantou-se, sorriu-me e deu-me a mão. Ajudou-me a erguer e saímos a conversar naturalmente como quando ali chegámos. Parámos ainda para um café e sem que nada mais ocorresse. Despedimo-nos como bons conhecidos, velhos amigos, antigos colegas...
Não dormi o resto dessa noite e não deixei de pensar no assunto dias a fio. Não era amor, não era sexo... Foi um momento, aquele que nos propiciou uma carícia tão íntima quanto honesta.
Para sempre e de novo, uma outra recordação mágica daquele lugar, daquela doce circunstância que tão vibrantemente nos acolheu...

1 comentário:

carpe vitam! disse...

Podes demorar, mas cumpres :-) Eu também posso demorar, mas sempre apareço :D E como sempre, sabe bem ler-te, a subtileza, o sentir. Tinha saudades disto, gracias.


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