quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Jogos...

Participava pela enésima vez em mais um torneio de futebol com amigos. Estávamos em Julho e os jogos realizavam-se durante todas as semanas do mês e quase sempre ao final do dia. Era um torneio simpático, sem grandes prémios ou motivações de maior, mas a amizade entre colegas e entre as pessoas que nos convidaram, levaram-nos a inscrever e a competir. Todos os jogos se resumiram ao mesmo pavilhão e felizmente foi uma prova em que chegámos longe e discutimos os primeiros lugares de uma forma sadia e cheia de desportivismo. Começámos muito mal, averbando uma derrota no primeiro jogo, discutindo imenso, causando algum desconforto entre todos e perante uma assistência de pouquíssimas pessoas. No segundo jogo, tudo se alterou... Ganhámos a partida com muita gente a assistir e onde fui o melhor marcador da equipa. No final, reparei numa mulher que estando sozinha nas bancadas, não desviava o olhar da minha direcção, o que me causou a estranha sensação de me sentir demasiado observado. Pensei naquela situação nos dias que se seguiram, mas sem dar grande importância ao assunto. Quando voltámos para um terceiro encontro, as bancadas estariam com metade da sua capacidade e olhando em volta, não vi aquela pessoa que me tinha observado tanto e que me tinha causado uma sensação de algum desconforto. Suspirei um pouco e concentrando-me depois no rectângulo de jogo, acalmei e voltámos a vencer, desta feita com um resultado magro mas suficiente para seguirmos em frente. Após o duche, encaminhei-me para o meu carro e notei num papel preso no vidro. Retirei-o, abrindo-o com receio mas associando-o imediatamente àquela mulher do dia anterior. O bilhete era rosa e continha apenas uma morada e um número de telefone...
Ainda consumido pela situação, enfiei o meu saco de desporto na mala do carro e querendo resolver a situação de pronto, liguei para aquele número. Do outro lado, uma voz feminina bastante grave atendeu e sorriu de uma forma atrevida. Afirmou que tinha gostado do meu jogo, da minha equipa e que já me tinha visto chegar para o primeiro desafio. Senti-me novamente observado, esquisito e ainda mais tenso. Olhei em redor daqueles prédios e de imediato oiço aquela voz a dizer para não ficar tão preocupado. Era mais que óbvio que me via, me controlava e sempre sem me aperceber. Desliguei a chamada e furiosamente, leio a morada no bilhete que ela me havia deixado. Fecho o carro e parto em busca daquele endereço, tendo um estranho pressentimento que se situaria bastante perto dali. Encontrei a rua sem dificuldade e pé ante pé, percorri todos os números até chegar ao edifício que pretendia. A porta da entrada estava aberta e eu sem paciência para utilizar o elevador, subo apressadamente pelas escadas em direcção ao andar daquela morada. Cheguei exausto, consumido pelo cansaço, pela tensão e pelos nervos.
Já lá em cima, abre-se a porta sem que lhe tivesse batido ou tocado e vejo novamente a mesma mulher que tinha visto aquando do jogo. Era uma senhora de meia idade, bonita, extremamente sensual e com um olhar intenso e sedutor. Ironicamente, oiço-a dar-me os parabéns pela rapidez com que ali cheguei e abrindo um pouco mais a porta, convida-me a entrar. Encaminha-me para a sala, sugerindo que nos sentássemos e falássemos um pouco. Recupero o fôlego e tento começar a falar, embora com a garganta seca e cheio de sede. Ela sorri, trazendo-me um copo de água, mimando-me com um sorriso e tentando-me acalmar. Aos poucos, começamos a conversar como se nos tivéssemos acabado de conhecer num lugar perfeitamente normal. Sentia-me estranho, esquisito, meio tonto e perguntando a mim mesmo sobre o porquê de ter feito aquilo e sobre o porquê de estar ali.
Ela desinibiu-se um pouco e apagando a TV, sentou-se mais perto, dizendo que tinha gostado de me ver naquele dia e que queria que tudo tivesse corrido da forma como aconteceu. Senti-me encurralado, quase refém de algo que premeditei mas não queria e respirando mais fundo, sinto os lábios dela no meu rosto. Continuou a mimar-me desta forma, beijando-me a pele, percorrendo o meu rosto e indo ao encontro dos meus lábios. Aos poucos, senti aquelas mãos a tocarem-me, a excitarem-me e mantendo-me de olhos fechados, deixei-me levar...
Beijei-a apaixonadamente como se a amasse de verdade e a receptividade dela foi de igual modo verdadeira e intensa. Sentou-se ao meu colo e segurando-me ambas as faces do rosto, beijou-me sem parar, lambendo-me, trincando-me e sentindo a minha língua na dela. Abriu-me a fivela do cinto, puxou-me ligeiramente as calças e acariciando-me o sexo, provocou-me uma erecção bastante forte e intensa. Saiu de cima de mim, deitando-se de lado e a todo o comprimento do sofá, colocando a cabeça no meu ventre e fazendo-me suspirar de prazer com um oral perfeito. Deixei-me escorregar pelo sofá, não escondendo o prazer que ela me fazia sentir e provocava. Ela levantou-se e pegando-me pela mão, levou-me para o quarto. Despiu-se por completo, tendo eu feito o mesmo e abrindo a gaveta, retirou um preservativo por entre peças de lingerie. Voltou a deitar-se sobre o meu corpo, chupando e lambendo o meu sexo completamente duro e colocando-lhe o preservativo com os lábios...
Virou-se e deitada de costas, abriu-se para mim. Deitei-me sobre ela, penetrando-a com suavidade, com luxúria, com imenso desejo e sem qualquer pressa. Senti-me a fazer amor, como se sentisse o mais nobre dos sentimentos a fluir por nós, ainda que nos tivéssemos acabado de conhecer. Ela virou-se, colocando-se de quatro e pedindo-me para a satisfazer assim. Acabámos por atingir o orgasmo em simultâneo e chegados ao fim, exaustos e completamente rendidos, terminámos com um beijo apaixonado. Quando me vim embora, a saudade parecia infinita, mas chegado ao carro, reparo num novo bilhete no bolso das minhas calças que apenas dizia isto:

"Foi maravilhoso. Ter-te-ia para a eternidade, mas infelizmente o meu marido aguarda-me do outro lado do mundo. Até sempre..."

Sorri com aquela nota, olhando agora para a janela de onde tinha a certeza que havia estado. Nos jogos seguintes, não a vi a observar-me e ainda tentei contactá-la, mas sempre em vão. O torneio acabou e ficámos em 3º lugar, mas jamais poderei esquecer tudo o que vivi naquela altura. Foi sublime...

2 comentários:

Helena disse...

Vim espreitar-te, agradecer tua visita e comentário.
E agora, parece-me que vou ler sobre "Jogos" ;)
Beijos

carpe vitam! disse...

estilo interessante, tocante... temos provocador! Estás linkado no nosso cantinho.
beijos provocantes,
carpe vitam!


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