Desejos de um Ano Novo repleto de saúde, paz, felicidade, dinheiro e amor,
aliando todo o erotismo e sensualidade, a que o sexo permita descobrir.
Votos sinceros de um 2009, repleto de tudo aquilo a que têm direito.
Nuno Miguel C. C. Martins
Olho-te de relance com o palpitar de um coração derretido...
Há muito que a nossa amizade cibernauta se fazia sentir.
A vontade que de mim se apodera, faz-me desejar-te intensamente.
Hoje e tão somente hoje, desejo ardentemente que te dispas para mim…
Tenho no prédio onde vivo, um casal de velhotes como vizinhos no andar da frente.
Ligo-te daqui a pouco, convidando-te para jantar e desejando ardentemente que possas estar comigo. Preparo-te a mais sublime das refeições, com todos os pormenores que mereçam ser realçados, nada deixando ao acaso e tudo fazendo para que nos possamos rodear do maior e do mais perfeito ambiente de amor.
Era tarde…
Há muito que precisava andar, correr, libertar-me um pouco da vida citadina e stressante que por vezes me sufoca, acabando por fazê-lo num destes fins-de-semana. Vesti umas calças de jogging em algodão, uma t-shirt branca e calcei um par de ténis novos que tinha para o efeito. Munido de um minúsculo leitor de MP3 e uma pequena garrafa de água, fiz-me à estrada em passo lento e até encontrar o lugar perfeito para um contacto mais directo com a natureza. Felizmente, a serra que avisto da janela da minha casa parece bem mais distante do que é na realidade e isso traduziu-se num grande alívio e satisfação. Alonguei, estiquei-me, fiz um pequeno aquecimento muscular e serra acima, comecei uma caminhada que me fez sentir extremamente bem. Não se via vivalma, apenas um ambiente de aparente acalmia onde os pássaros chilreavam, onde o crepitar da vegetação ecoava à minha passagem e já mais distante, onde ladrar dos cães se fazia notar com algum eco. Continuei sem qualquer receio e extremamente enérgico, segui a minha escalada com imenso prazer, com alegria e com uma sensação de liberdade inigualável. Contudo, diante dos meus olhos e extremamente perto, deparei-me com uma mulher que no meio de toda aquela vegetação, corria de igual forma e parecia cumprir escrupulosamente um plano de treino pelo à-vontade com que ali estava. Senti-me invadido, estranhamente envergonhado por aquela companhia ainda que apenas de passagem e num misto de coragem e excesso de adrenalina, fui ao seu encontro. Vestia calças pretas de malha, largas, uma t-shirt cavada nas omoplatas côr de terra e usava rabo-de-cavalo. À cintura, uma pequena bolsa ia saltitando com os passos e os phones nos ouvidos conferiam-lhe um ar descontraído e tremendamente desportivo. Segui-a com o mesmo passo apressado, tentando acompanhar o ritmo e não a perder de vista… Inesperadamente parou e colocando as mãos na cintura, inclinou-se como se precisasse desesperadamente de descansar. Parei também e com algum excesso de firmeza e convicção, perguntei-lhe se estaria tudo bem. Ofegante, respondeu-me que era só cansaço e acabei por vê-la sentar-se num tronco que ali existia. Sentei-me também e cinicamente fiz-me de cansado e completamente vencido pela corrida. Aos poucos, começámos a falar, a trocar ideias sobre o treino, sobre a magia daquele lugar, sobre o contacto com a natureza e essencialmente na razão e na coincidência de ali se encontrarem duas pessoas num sítio tão improvável. Com o passar do tempo, senti-me mais confiante, mais audaz e mais conversador. Do outro lado a resposta era semelhante e o gelo quebrou-se finalmente quando a senti pegar-me na mão e a desafiar-me para continuarmos. Acedi com prazer e lado-a-lado palmilhámos aquele terreno como se o conhecêssemos desde sempre. Dei-me por vencido em muito menos tempo, desta feita por falta de ritmo e por natural fadiga. Parei, sentei-me no chão, abri as pernas, apoiei-me sobre os braços e ali fiquei. Sorri dizendo que não aguentava mais e quase não sentia as pernas. Ela aproximou-se e igualmente sorrindo, acabou por também se ajoelhar a meu lado. Cheirava tremendamente bem, ainda que o suor lhe escorresse pelo corpo… Com ternura e meiguice, tocou-me nas pernas como se as massajasse e a sensação foi óptima. O meu corpo estremeceu, agradeceu e deixou-se invadir pela suavidade daquele toque. O meu sexo endureceu e tornou-se visível pelo volume que exercia nas minhas calças. Ela reparou, continuando serena no toque, mas mais nervosa e um pouco tensa… Soltei um breve gemido de excitação… Deixei-a rendida!
Estou sentado no sofá da minha sala a viver de recordações…
Adoro ver-te deitada, dormindo abraçada à almofada e num perfeito cenário de ternura, erotismo e sensualidade. Perco-me nos longos minutos em que te observo, reparando nas curvas do teu corpo, na nudez que me faz brilhar os olhos e na tua postura que me derrete completamente. De costas e apoiada sobre um braço, dormes tranquila, descansada e vencida pelo demasiado tempo de espera.
México…
Vem…
Sinto um mórbido desejo...
Que bem me soube provar do teu corpo...
Longe, vai o tempo pautado pela inocência das nossas primeiras vezes...